M uitas profissões se extinguiram ou se adaptaram com a evolução do mundo e parece-me que alguns que noticiavam isso estão na sua vez. Sem dúvida que sob o ponto de vista da verdade e do argumento, os jornais baixaram o nível, ou por jornalistas oportunistas, ou pela excessiva mistura com a política, pela propriedade ou comentadores duvidosos. Mas se este é um assunto tabu para os próprios há que arranjar um inimigo externo, ele recaiu sobre as redes sociais. O que é uma razão confortável mas não a principal.
Alguém nega que há muita falta de leitura em Portugal e que na Madeira é ainda pior? Se as pessoas não gostam de ler e não têm paciência para mais do que imagens, títulos e parcas letras, porque vão comprar jornais. O funcionário que ganha mal tem prioridade em assinaturas de jornais e revistas? às vezes o problema nasce em casa... Isto não é mais do que o interesse na estupidificação da população através de uma educação pouco exigente. O que está a dar é o zapping, o Instagram porque é imagem, o Facebook é para os cotas. Estas gerações alérgicas a leitura estão a subir e está aqui muito da razão por surgirem cada vez mais movimentos estúpidos, que não bebem na história a solução ou a receita para evitar muitas convulsões atuais.
Os hábitos de leitura nascem no seio da família, desde pequenos, com livros que existem e que se passam de pais para filhos aquando da sua formação, quando o pai ou a mãe diz que era bom que "lesses este ou aquele livro para a tua formação". É quase cómico os estudos nos dizerem que os jovens não vão para a biblioteca para ler, a grande maioria dos estudantes utiliza a biblioteca da escola ou pública para preparar trabalhos ou para aceder à Internet, apenas 16,1% levam livros para casa.
Os jornais que pretendem extrair o sustento com a venda de notícias ficarão para trás, contudo explicar não me apetece para tão doutas cabeças que agora perseguem leitores. O seu modelo está como o da região, caduco. Parece que também não lêem os casos de sucesso... como resolveram. Afinal todos escrevem e ninguém lê!? Não é bem assim mas acumular gente sem crédito a escrever não ajuda para levar a ler.
A falta de hábitos de leitura também leva a incapacidade de saber votar, muitos funcionam por instintos como os bichinhos. Dizem que quem lê melhora o funcionamento do cérebro, é um exercício físico para o órgão que nos dá consciência e provoca a expansão da memória e do pensamento lógico. Para além disso, une experiências e torna o indivíduo criativo, com incidência na expansão do vocabulário, mais acerto na escrita e naturalmente melhora a sua cultura. Entre os efeitos contrários, temidos por gente como os governantes da nossa terra, estão a capacidade crítica e de avaliação de quem lê mais, passam a respeitar figuras históricas que, em comparação aos nossos governantes, leva-os na algibeira. Ler faz compreender os outros.
Agora não se pode ler qualquer coisa, se for o conteúdo bajulatório dos jornais atuais é natural que afugentem leitores.
Enviado por Denúncia Anónima
Terça-feira, 30 de Novembro de 2021
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