A crise que pode deixar a Madeira sem produtos. Solução? Ferry!


Bom dia caros amigos que me lêem.

N este cantinho do céu, mais do que longe de tudo é alheado de tudo, está uma boa maioria de criaturas enclausuradas em notícias da treta e não estão a perceber o que se está a passar no exterior. Triste mas verdade. Somos uma ilha mas mesmo que fossemos uma terra no continente estaríamos na mesma, contudo temos um grande handicap: a descontinuidade territorial.

Existe, neste momento, uma grave crise mundial no transporte marítimo de mercadorias. A ICS e outros 3 grandes grupos alertaram os líderes mundiais para o perigo de "colapso do sistema global de transporte" caso os Governos não reintroduzam a liberdade de circulação para os trabalhadores do setor e se não forem prioritários na vacinação contra a Covid-19. Este é o resultado do fim da resistência das cadeias de distribuição, fornecedores sem stocks e naturalmente encomendas por satisfazer à Madeira, como em todo lado mas nós estamos mais para o fim da linha.

O movimento de contentores na Madeira tende a baixar por falta de stocks e do sistema a montante, facto que já está a acontecer nas Canárias com melhores soluções. A nossa situação tende a ser pior porque as Canárias fazem importação e exportação mais ou menos ao mesmo nível, o que mantém a atividade pelo menos num sentido (exportação) se a baixa for drástica na importação. A Madeira é muito diferente e a importação tem números completamente superiores a exportação. Quem não conhece a espera para encher o contentor para sair da Madeira. Se isto chegar aos limites da rentabilidade os navios param, a favor, mas a ver vamos a resistência do DDT, está o custo exorbitante do nosso frete...

Os preços dos contentores aumentaram incontrolavelmente em todo o mundo, tornando o transporte de mercadorias extremamente caro. Muitos dizem que voltar aos preços pré-COVID-19 é agora um sonho. Antes da pandemia de COVID-19, o custo de envio de um contentor de Xangai para Los Angeles era de aproximadamente U$D 1.600. Hoje, o valor a ser pago pelo frete na mesma rota é de U$D 20.000, se você tiver sorte de encontrar um contentor e um navio.

Este aumento drástico do valor do frete marítimo deve-se a problemas com as tripulações, escassez de espaço disponível para o transporte de produtos da Ásia para o Ocidente (com a reativação da economia mundial e proximidade do Natal), o congestionamento nos maiores portos internacionais, o encerramento rígido por surtos de Covid nos terminais chineses. Para piorar a situação, existe a crise dos chips, o Natal pode ser mal fornecido de equipamentos eletrónicos para além das sua carestia e, se compra online, não estranhe que alguns pré-lançamentos ou compras que aguardam stocks só sejam satisfeitos depois do Natal

Guy Platten, secretário-geral da ICS, afirmou que a falta de trabalhadores irá agravar-se provavelmente para o final do ano porque os marinheiros poderão não querer aceitar novos contratos e arriscar não regressar a casa para o Natal, devido ao encerramento de portos, as alterações constantes das restrições de deslocação, a exigências de vacinação de testagem díspares e ao risco de confinamentos.

Volta a ser importantíssimo o ferry, se o serviço de contentores colapsar. Nesse caso, todos terão que se readaptar a uma produção mais próxima, armazenistas e retalhistas, se houver e com base na produção europeia. O ferry permitiria o abastecimento por logística própria em itinerários no continente e na Europa desde a Madeira. Não se esqueça de ainda outra crise, a dos camionistas e dos combustíveis.

Se pelos jornais o vierem descansar que a Madeira passa ao lado, como nos gases do Cumbre Vieja, pergunte-lhes o que produz a Madeira.

Enviado por Denúncia Anónima
Terça-feira, 9 de Novembro de 2021
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