Prémio Nobel da Liberdade de Imprensa


D epois do Chefe de Redação do Correio da Madeira ter vendido a trotineta elétrica no OLX por 49.99€ e ter comprado uns patins aos jornalistas idóneos, para poupar na conta da luz, os jornalistas andam mais entusiasmados porque agora para escrever as notícias é sempre a descer mas, primeiro estão a treinar na horizontal na pista dos Prazeres.

Como o número de leitores é cada vez maior, o Chefe de Redação anunciou que iria premiar os jornalistas e comunicou que, a partir de outubro, vai pagar o subsídio de almoço em frangos dos que tinham ficado da campanha do Calado. Aproveitou para anunciar que o CM, tal como a SIC, iria criar os Prémios Nobel CM para as personalidades que mais se evidenciaram no ano 2021.

Como o CM é conhecido pelos seus leitores por ser um pilar da democracia, submeteu à votação da Redação a escolha da personalidade que mais contribuiu para a Liberdade de Imprensa na Madeira e, sem perder mais tempo, anunciou que os nomeados para 2021 seriam “Cunha Vaz” por ser o que gastou mais dinheiro em telefonemas para as Redações dos jornais, “Agostinho Silva” pela única sondagem que acertou e “Mário Gouveia” por querer passear a mãe nas Ginjas. Não tenhamos dúvidas que qualquer um destes ilustres merece o Nobel CM pelos excelentes contributos em prol da Liberdade de Imprensa.

A única jornalista lésbica do CM contestou a escolha, visto considerar que o Chefe de Redação violou o princípio da paridade não colocando a fofa da jornalista Marta Caires ou a Rubina Leal em part-time, não reconhecendo assim a excelência dos seus trabalhos, com as suas histórias de infância contundentes, no caso da primeira, ou visões sectárias no bom sentido, no caso da segunda.

Sanado o incidente foi então colocada uma caixa de sapatos com uma ranhura onde os jornalistas escreveriam o seu preferido. Como a abstenção era motivo de despedimento, no meio da confusão o jornalista maneta que estava de máscara COVID conseguiu votar três vezes sem ninguém perceber.

Dez minutos depois e na presença dos diversos delegados, iniciou-se a contagem dos votos, não conferiu votos com votantes mas rasgaram-se dois e ficou perfeito. Finda a contagem, um dos votos foi considerado nulo pelo Presidente da Mesa porque um dos iletrados escreveu “Cunha Vais”, declarando vencedora a D. Clarisse da limpeza, a maior bilhardeira do bairro, que “arrasou” com 99.9%.

A D. Clarisse leva assim para casa o ambicionado prémio, um mealheiro com 9 euros e cinquenta e dois centavos ... e ainda, um saco com 4 frangos congelados porque não cabiam no porco.