Os parasitas do Miguel Albuquerque


O Sr. Presidente do Governo Regional da Madeira deve ter piorado dos rins ou então foi infetado pela temerária Naegleria fowleri. De repente e do nada começou a dizer uma série de disparates, e o último foi o de apelidar de parasitas todos os desempregados.

Saiba V. Exa que sou desempregada há mais de seis anos e não usufruo de nenhuma ajuda ou subsídio de desemprego. Saiba V. Exa. que estou inscrita no Instituto de Emprego, que na minha opinião dever-se-ia chamar Instituto de desemprego, e que nestes seis anos apenas fui chamada para ir a cinco entrevistas de emprego. Saiba V. Exa. que nunca me foi proposto nenhum curso de formação que me permitisse melhorar o meu curriculum. Saiba V. Exa. que já fui por iniciativa minha a mais de 50 entrevistas, mais precisamente 53, e enviei mais de 300 candidaturas por minha iniciativa. Infelizmente os meus 50 anos colocam-me na faixa de pessoas que são muito velhas para trabalhar e muito novas para se reformar e por isso sou preterida por outras mulheres mais jovens. Nas últimas 5 entrevistas propus, além de nada de excecional do que o ordenado mínimo, trabalhar gratuitamente num período de experiência por alguns meses. E admire-se que escolheram outro candidato! Já agora, saiba V. Exa. que me candidatei ao Leroy Merlin e uma vez mais fui preterida pela idade. É a vida!

Sr. Presidente, os únicos parasitas que conheço na vida são os políticos. A maioria dos que conheço e, que V. Exa. deve conhecer também, enriquece em menos de quatro anos sem sequer trabalhar como muitos outros a quem V. Exa. chama de parasitas.

Hoje cuido da casa e conto mensalmente o pouco dinheiro que entra cá para pagar o empréstimo do Banco, comer, e todos outros os custos fixos, que V. Exa nem deve saber que existem. Como o dinheiro que o meu marido traz para casa não cresce, graças a Deus que a minha filha, que foi obrigada a emigrar para o Reino Unido para sobreviver, nos envia mensalmente uma ajuda para pagar o empréstimo. 

Explique-me então, como se eu fosse loura, como é que um detentor de cargo político que usufrui de um ordenado líquido abaixo dos 5 mil euros mensais consegue comer, pagar água, luz, telefone e poupar dinheiro suficiente para, em menos de quatro anos, ser dono de um património imobiliário avaliado em muitos milhões de euros?

Como ainda sei somar, mesmo que V. Exa. fosse poupadinho, não comesse, não tomasse banho, não tivesse fatos de 1.000€ e poupasse tudo o que ganha, teria acumulado no fim das legislaturas cerca 280 mil euros e, como é que com o ordenado que ganha, passou de falido a ostentar uma fortuna. Diga-me qual é o segredo!  

Sabe V. Exa. que o problema da Madeira é os parasitas serem do seu partido e  cada vez em maior número. Explique-me então como é que muitos dirigentes públicos, como V. Exa., conseguem aumentar o património em muitos milhões de euros. Por falar em políticos parasitas, explique-me porque é que existem construtoras do regime, a construir habitações de luxo, que o Ministério Público e a Autoridade Tributária se recusam a investigar.

Sr. Presidente, parasitas são os que o rodeiam, como o Secretário Regional que o acompanhou no Leroy Merlin, que senão fosse a política estaria nas ruas da amargura. 

Sr. Presidente, infelizmente muitos a quem chamou de parasitas foram os que o elegeram. Como eu me arrependo! Sr. Presidente comece a pensar com a cabeça de cima e deixe de dizer asneiras.

Enviado por Denúncia Anónima
Quarta-feira, 13 de Outubro de 2021
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