Os bananas dos madeirenses e os patos bravos que mandam neles


P oliticamente, o título provocador que dou ao meu texto é um erro colossal, portanto, candidato algum poderá proferir apesar de ser verdade. Se deseja poder, em vez desta franqueza deverá mentir com todos os dentes e cair em graça ao eleitorado. Foi o que fez Pedro Calado nas últimas Autárquicas, porque era fulcral para ele, o poder e os DDT garantir uma transição na máquina que nos empobrece.

Para alcançar o sucesso, deve-se incutir a ideia de que todos eles ou uma maioria que garanta poder pensem que chegam à "panela", ao "gamelão", se sintam inseridos e a usufruir da máfia. O problema é que uns ficam com o porco, outros com o chouriço e a maioria nem o cheiro.

O segundo erro político que cometo neste texto é dizer que a democracia na Madeira é uma farsa, digo-o porque não quero ganhar eleições. Há muito madeirense com a cabeça farta de tretas. Com o chouriço na mão pensa que tem amigos e consome mais a propaganda do que a realidade. Foi instruído a não ser instruído, para já não tem pachorra de se informar, não gosta de ler mas comenta tudo. Madeirenses e eleitores, a defesa da democracia e da sua liberdade depende em primeiro lugar de si e do conjunto de todas as unidades de democracia que se chama povo. Se estes não souberem interpretar e não quiserem a democracia, será muito difícil executá-la com sucesso. A democracia é infinita, no sentido em que devemos estar sempre a regar para que o terreno árido não a mate e, o difícil está em saber regar na justa quantidade, saber adubar e transplantar, saber que pode estar viçosa mas que é preciso uma ação inteligente porque o viçoso pode ser o "canto do cisne". A Madeira nestas últimas Autárquicas passou pelo "canto do cisne" e o povo em liberdade, empurrado ou ameaçado evitou à máfia instalada o seu momento mais crítico de sempre. A democracia na Madeira deu mais um passo no autoritarismo instalado para uma verdadeira ditadura e a piada é que os outros são sempre maus e o eleitor com o chouriço cai em pleno nas mãos dos piores deles todos. Com tantos factos e exemplos, o eleitorado é cúmplice e conivente, é por isso que a democracia é uma construção difícil e longa. O eleitorado iludido não soube estar numa ação inteligente por ter um frango na mão ou tudo aquilo que simboliza. A democracia é uma reunião de interesses complexa, uma organização frágil, condicionada pela circunstância e pelos costumes mas também pelas instituições (se funcionam ou não) e pela qualidade dos políticos.

Hoje os Donos Disto Tudo mostram que sentem o eleitorado domado, porque lhes sufragou e avalizou as atitudes e desejos personificados em Pedro Calado na candidatura à CMF. O órgão mais oficial do regime garante que até 2038 os chulos desta ilha vão continuar a endividar os madeirenses, a torná-los pobres e o eleitorado gosta.

O acordo constitucional serviu para fundar o Estado de direito democrático mas na Madeira não é respeitado, como se viu durante a pandemia. O Estado social está em risco na Madeira, a Segurança Social está ao serviço das eleições e escolhe quem deve ajudar, para isso deve-se votar nos Donos Disto Tudo. A Saúde está a ser privatizada e escondem os números e os factos mas o povo está satisfeito. O Estado social é obra da democracia, se está a ser desmantelado com as permanentes perseguições aos pobres e aos subsídios sociais com os desempregados vadios, por quem se lambuza na corrupção e é rico, sinaliza que estamos num autoritarismo a caminho da ditadura. Os vossos inimigos não são externos mas sim internos e são os Donos Disto Tudo que governam a Madeira. Se já indiquei que o Estado social está a ser desmantelado na região quero ainda afirmar que sem demografia, ou melhor, com esta demografia da Madeira provocada pela pobreza promovida pelos Donos Disto Tudo não há meios e está-se a desfazer.

A "mama" da União Europeia é fulcral para que isto funcione mas tudo no fundo serve para a croquete dos Donos Disto Tudo. A intempérie justifica obras, o erro numa obra justifica mais obras, as alterações climáticas justificam obras, a economia só pode ser concebida com obras, o povo quer obras, disse-o no "canto do cisne". A aliança entre os políticos e os negócios perfazem um win-win onde não consta o povo mas estes votam nas suas jogadas com um chouriço (ou frango) que se consome num dia. Isto chama-se promiscuidade no mínimo, para mim é corrupção total e descarada. 

A democracia na Madeira foi capturada pelos Donos Disto Tudo e estes sentem-se proprietários dela por usucapião. O eleitorado aceitou. Prova disso está nos títulos que saíram na segunda-feira dia 27 de Setembro no Diário de Notícias e do que narra o JM hoje. O JM indica que, ultrapassado o "canto do cisne", é com imensa satisfação que também ele não vê mal nenhum no que vivemos na Madeira e acasala com o DN, do mesmo proprietário. Um clássico dos jornalistas que não enxergam qualquer promiscuidade e corrupção na Madeira mas sabem bajular e exigir o reconhecimento do sucesso, para que lhes segurem as verbas que mantém jornais inviáveis sustentados pelo erário público. Um aparte, no fim de semana saiu um caderno sobre uma escola, não era melhor dar a verba a escola? Com tanta penúria que vai nelas não é descarado que se desvia dinheiro da educação para sustentar o "Povo Livre"?

O 4º poder soçobrou e é hoje em dia é um nojo de vendidos que querem parecer puros nos intervalos das eleições. Contudo, todos os dias dão as notícias mais agradáveis ao regime, cumprindo calendários e agendas, promovendo marionetas e o que os Donos Disto Tudo querem à força. Acabamos de sair da Aquacultura... aqui há outra piada, nenhum ambientalista defende a Laurissilva nas Ginjas mas aparecem a corroborar na aquacultura.

É a mais completa anedota que, em tempos, a lógica fosse de desejarmos bons candidatos a sufrágio para constituir governos locais, regionais e nacionais que estivessem à altura destas e outras ameaças que narrei. O problema é que tiveram claramente no Funchal duas opções e entregaram-se ao lobo. Foi decretado que temos PSD por mais 18 anos sem ir a eleições, até 2039. Foi decretado que até 2039 e como até aqui, o PSD vai trabalhar para os seus em total sectarismo e xenofobia. Agora, você parasita vai avergar o serrote para pagar a dívida e a boa vida da máfia ou emigra. Em 2039 falamos sobre o estado em que estará a Madeira, betonada, pobre, a falar mira, com ranchitos nas zonas altas e belas quintas nas zonas nobres, com metade da população e os jornalistas com vencimentos miseráveis serão escravos que depois da hora vão acartar pedra.

Se o madeirense não acordar para votar, nada feito.

Enviado por Denúncia Anónima
Segunda-feira, 18 de Outubro de 2021
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