P arabéns pelo vosso site, adorei o texto da Gesba/ Banana (link). Vamos lá ver se consigo fazer o mesmo relativamente ao turismo. Sou da opinião de que vamos no sentido completamente inverso do que deveria ser o rumo do nosso turismo. No preciso momento em que a pandemia gera uma oportunidade para os principais destinos de turismo repensarem a massificação, a Madeira através do Savoy, e de todo um governo a trabalhar para enchê-lo, caminha por uma solução onde não temos qualquer capacidade de vencer, a tal massificação. No momento em que as características do nosso turismo iam vencer ... mudamos! Sou levado a corroborar de que temos um secretário do turismo fraco e à força de propaganda. Parece zelar pelo cargo porque, como da primeira vez que obstaculizou um DDT foi para a rua, agora não cai segunda vez no mesmo erro.
Num tempo imediatamente anterior à pandemia, muitos destinos populares no turismo discutiam sobre o limite de turistas nas suas áreas e a respectiva sustentabilidade, ou seja, o excesso de turismo descaracterizava o destino e exercia influência negativa nas infraestruturas e no quotidiano. Por essa altura, alguns começaram a tomar medidas para baixar a frequência e afluência de turismo, sobretudo com impostos municipais. Zonas mais populares com impostos mais elevados e as menos populares com mais vantagens. A finalidade era manter as receitas dispersando o turismo pelo país. Resolvia a pressão sobre as infraestruturas e distribuía melhor a riqueza.
Em julho de 2020, o secretário-geral da Organização Mundial de Turismo admitiu que a pandemia de Covid-19 tinha provocado profundas alterações no sector do turismo, que poderia ditar o fim do turismo de massas, por forma a criar resiliência no sector e corresponder a necessidade de enfrentar as perturbações e desequilíbrios que o homem provoca no planeta. Dizia: “estamos num momento muito bom para as cidades e os países afectados pela massificação perceberem os erros que cometeram e repensar o seu modelo de turismo”.
Não só os gestores perceberam como também o turista está a modificar a sua atitude em defesa de imponderáveis, justamente onde a massificação cria problemas a saúde, a gestão, nas infraestruturas, etc. A Madeira não tem uma Saúde Pública fiável (vamos mandar de novo turistas embora?), as suas infraestruturas de saneamento básico rebentam pela costuras (as notícias não dizem isso na zona hoteleira? E ainda vão construir mais mega-hotéis?) e a gestão de tudo isto, pela secretaria do turismo e por muitas câmaras? Não existe. Nunca temos planificação a médio e longo prazo.
O turismo pós pandemia vai ser significativamente diferente, está a ser na Madeira. A alteração do padrão do consumidor de viagens/turismo vai criar novas necessidades e exigências longe da massificação, o que exige a adaptação e inovação por parte do sector. Mas o curioso é que a Madeira, com as suas quintas e pequenas unidades hoteleiras, bem pouco precisa de mudar para se adaptar à nova era, no entanto, o curso errático de um pato bravo faz dumping para encher um mega hotel ... justo no momento errado e mata a solução. Contudo, o cliente é soberano!
Sabem porque se nota um turismo jovem na Madeira? Porque é a tendência esperada na procura por destinos menos massificados, os chamados turistas alternativos, de aventura, que não querem um mega-hotel mas ficar no "cosi", junto ao que lhe atrai na natureza, no mar, nos usos e costumes da região, bebidas e gastronomia. Em setembro 2020, soube-se num inquérito a vontade dos turistas na maior procura por destinos onde a concentração de pessoas seja menor. Quer saber quantos opinaram assim? 84%! Na nossa secretaria do turismo nada disto chega? E ainda vão promover mais massificação para satisfazer um pato bravo? Tem é de ser metido na ordem porque só quer saber do seu umbigo e não da Madeira, tem um governo regional ao seu serviço.
E que mais disse o inquérito?
"Viajar para uma cidade secundária é o novo normal: os turistas do futuro estão mais preocupados com a preservação ambiental e vão procurar destinos alternativos caso isso se traduza num menor impacto. A juntar a isto, também a preocupação com a segurança sanitária vai influenciar este novo padrão de comportamento que vai beneficiar económica e socialmente outros territórios e as suas comunidades.
Quem é o turista alternativo? No seio destes viajantes reina um espírito aventureiro e um gosto por explorar e desbravar novos lugares. Os “turistas alternativos” preocupam-se com a natureza e com preservar o meio ambiente. Procuram um intercâmbio cultural e aprofundar os hábitos e costumes da população local. Não querem saber de mega-hotéis nem resorts.
Experiências tradicionais e únicas: haverá agora uma maior procura por experiências que permitam ao viajante mergulhar na cultura local. Os sítios menos massificados permitem satisfazer a necessidade de visitar e conhecer novas culturas, gastronomias e tradições, num ritmo mais lento.
Destinos de natureza em alta: a procura por atividades ao ar livre, destinos de natureza e retiros de bem-estar são uma nova tendência que permitirá a conciliação do conceito de isolamento social com a descoberta e contacto com a natureza.
Sustentabilidade é a palavra de ordem: os turistas escolhem cada vez mais empresas e destinos que promovam práticas de sustentabilidade. Optar pela adoção gradual de práticas sustentáveis é a melhor forma de assegurar benefícios para todos."
Enviado por Denúncia Anónima
Quinta-feira, 7 de Outubro de 2021
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