Ideologias sem partido

 

A travessamos uma tremenda crise de identidade nos partidos a nível regional, deve-se ao facto da larga maioria ignorar a ideologia que professa e tornar os partidos um instrumento de interesses pessoais e corporativos. Este tipo de objectivo coloca de parte aqueles que têm carisma, formação e apetência para o serviço público. Infelizmente, os partidos em vez de ter um crivo que deixa passar os melhores, executa uma selecção exactamente ao contrário. Promovem-se matilhas, gangues, organizações dos que buscam solução para as suas vidas e empresas, estando disponíveis a tudo. Já temos políticos que são jornalistas, monopolistas com cargos públicos, fiscalizadores que organizam a solução para os prevaricadores. A coisa pública é um bordel onde nem todos entram, sobretudo decentes.

Os partidos na Madeira e na maioria dos casos, estão absorvidos pelo poder económico que os usa como marionetas para atingir o dinheiro público. Quando uma nova necessidade surge, alguns partidos pequenos mostram a sua felicidade pela oportunidade de servir o poder económico pelo somatório político e democrático. É assim que a mediocridade assume os lugares de decisão e os melhores vencimentos. Servem qualquer coisa que os mantenha, é aqui que reside a origem da selvajaria nas campanhas eleitorais. Os falsos e situacionistas concebem a "verdade flutuante", uma no cravo e outra na ferradura, estão do lado de quem ganha ou viabiliza mas, fica sempre bem encarnar a pele de justo. Dão para todos os lados, desde que cheguem a bom porto. Pelo seu interesse pessoal ou corporativo, a benesse tão importante, não sentem qualquer pudor ou vergonha de mentir e fazer teatro.

Não tivemos bons líderes na Madeira, caso contrário os partidos seriam um poço de virtudes e não estaríamos reféns do poder económico. Os censos não se ressentiriam e a Madeira não seria um centro de empobrecimento da população com os privilegiados, de forma egoísta, a aguentar o sistema e esquema que lhes dá boa vida. A Madeira tornou-se centro nevrálgico de um polvo regional, nacional, europeu e internacional e tudo começa no momento em que se perde o foco nos madeirenses e na Madeira que tanto invocam. Nada disto foi relatado (notícia) nem constatado (por artigos), à medida que o monstro crescia e se tornava mais forte e blindado. Sem alternância política, tornou-se mais difícil de combater porque qualquer oposição encontra um colosso bem emaranhado de interesses sob um "código de honra".

Com capacidade financeira "ilimitada" e meios de difusão de ideias para tornar os outros maus da fita, os críticos que desejam a mudança deste estado de coisas são arrastados para o âmbito dos fora da lei, tudo significa denegrir, é falso, atinge a honra e é difamatório. O povo está amarrado por estas circunstâncias das instituições que também não facilitam e não funcionam, tudo nas entranhas de uma Justiça para ricos que fica na expectativa de que alguém se chegue a frente para acusar. Quem diz verdades é por norma pobre ou injustiçado, inacessível à Justiça (para ricos) e torna-se vítima, fugindo da despesa sem fim e de uma conclusão injusta na maioria das vezes. A Justiça é de quem tem dinheiro para explorar os labirintos da Lei e encontra a porta de saída.

O "deixa andar" que nos trouxe aqui e o momento em que a população legitima por eleições o monstro, justo quando este tem a lata de se sentir seguro em apresentar "abusadores" em democracia, seus ponta de lança, gerou um silêncio nos mais conscientes que, longe de ser uma derrota, prova a desinformação ou condescendência da população. Atravessamos o ponto de não retorno? Enquanto as autoridades e instituições estenderem o tapete vermelho, usando a dilação e as leituras safadas para os salvar, ... SIM! A forma como alguns juízes torneiam a lei para suavizar ou evitar a condenação de alguns "excepcionais" (da mesma forma como os jornalistas fazem com a notícia), provam como as instituições, pilares da democracia se deixaram apanhar por areias movediças do poder económico. Este ponto de não retorno é em tudo parecido à situação das alterações climáticas. Muitos não acatam e fingem ser verdes.

Sem pudor, os que verdadeiramente governam a Madeira estão felizes, ao fim de décadas conseguiram perverter tudo e construíram um grupo eleitoral onde a minoria beneficiária e a maioria a zelar pela caridade na pobreza, são cúmplice do monstro.

Nunca, agora nem no futuro a verdade verá a luz do dia, atrevendo-se alguns a intitular de fake-news o que chega muito próximo da verdade. Já temos gerações de jornalistas vendidos, alguns reformados, que agem como o Único Importante da terra, cabecilha e génese da "organização da máfia no bom sentido", no principal plano de perpetuar tudo, pelo menos até à morte, para que nunca encarem a verdade e nem se sintam mal do que fizeram. Há um grande problema, mesmo que o povo não ligue para evitar os mesmos erros, a história grava a verdade.

Por outro lado, o povo que gosta de sangue e quem enfrente o monstro, depois vota no monstro, afinal há uma posição de fachada e um voto na conveniência. Há muitas situações preocupantes na nossa sociedade mas destaco uma das maiores, a insensibilidade social e o caminho que os nossos idosos levam, para reformas de miséria e uma Saúde Pública sem respostas, suportada na falácia da medicina por telefone, enquanto encaminha o negócio da Saúde e dos Lares para privados. A velhice também vai piorar a sua condição, os abusadores só vão a casa buscá-los para votar no seu desterro, ... com a lata de que os outros lhes vão retirar benefícios.

Temos ideologias sem partido. Temos ignorância e maldade a dar força a mentiras. Temos massa crítica e valores que emigram. Temos a aniquilação de pessoas idóneas por matilhas. Temos um projecto sem futuro num modelo extenuado, aliás, o único verdadeiro projeto em curso é o da "desinformação", a ausência de jornalistas que explorem a verdadeira situação da Madeira porque os DDT's dominam TODOS os órgãos de informação. Os DDT provocam insensibilidade social.

Quando acabar o dinheiro fácil vamos cair, era bom rever o que nos disse a pandemia mas ninguém se importa até que lhe bata à porta. Os alicerces de um verdadeiro Plano de Recuperação e Resiliência não é nada do que se vê, é mais do mesmo. Por mais que se desenhe um projecto, os sôfregos com poder adaptam-se para alcançar todo o dinheiro. A origem dos males está nos maus líderes.

Enviado por Denúncia Anónima
Segunda-feira, 4 de Outubro de 2021
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