A verdade sem comparação



O falso e o omisso constroem a narrativa
e escondem os vendidos.

A fórmula de sucesso da mediocridade é acabar com a comparação externa (deixar de informar sobre o que os outros fazem e são) e manipular o escrutínio da informação (com omissões propositadas para salientar só o que querem "vender"). Assim, nascem déspotas e ditadores. Assim, dão a grande prole de gente cada vez mais desinformada o que lhes agrada, depois de formatados com um bloqueio mental onde qualquer crítica à sua terra deve ser refutada cegamente.

Na Madeira, a crítica nunca é interpretada contra o seu Governo mas sim contra a Madeira, é assim que o Executivo se livra de enfrentar a realidade. Para completar o "win-win", o Governo zela pelo bem dizer comprando publicidade nos órgãos de informação que se prestam depois ao assistencialismo político, brindando os políticos com uma presença diária e massiva com falsas notícias, no sentido em que cumprem uma agenda de preenchimento e não de um ato de gestão benéfico e real em vez de pretensões e "passeios". É nesta feira de contentamentos e vaidades, de compromissos e assistencialismo que, por exemplo, temos um telejornal regional maior do que num país.

Quem lê e vê, o tal povo formatado, não nota a estupidez das notícias (fait-divers) e, inconscientemente, retém só a presença que depois confere notoriedade. A tal que supostamente deu vitória a Pedro Calado e de todos os que com ele foram durante estes anos atores do atraso social e e do bem estar do Povo da Madeira, destruindo a classe média e produzindo pobres dependentes e agradecidos, eliminando qualquer concorrente àqueles que já saíram da esfera económica e já estão a mandar politicamente os destinos da Madeira.

Neste fim de semana, vi um recente vergado ao poder a mostrar a sua irritação por haver pessoas que continuam a falar verdade, porque inconscientemente isso lhe é inconveniente e interfere nos seus objetivos pessoais e coletivos de um grupo a que aderiu. É um saneador da verdade e um promotor de preferências.

Por outro lado, refira-se que os jornalistas arruinaram a sua carreira para serem publicitários, o código deontológico é uma peça de humor, o sindicato trabalha em simbiose com o poder, ou seja, são dois organismos de espécies diferentes (diria antagónicas) mas que fomentam uma relação benéfica para ambos os "indivíduos" envolvidos. Contudo, tenham paciência, funcionam como casais do mesmo sexo, se o mundo era exclusivamente deles significava a extinção da espécie humana. Neste momento, nenhum editorial na Madeira é independente, e até já evitam o assunto. Se os proprietários pensarem bem, os jornalistas são dispensáveis e a agência de propaganda executa a tarefa.

Uma ilha sem comparação e escrutínio da verdadeira notícia mata-nos, apesar da satisfação de milhares de likes que se vê. Apesar da cada vez maior satisfação e crença nesta descontinuidade de todas as funções das instituições, é assim que estamos no autoritarismo a caminho de déspotas endeusados que, como sabem, significa pessoa (ou pequeno grupo de pessoas) que governa conforme lhe apraz os que lhe são dependentes, exigindo-lhes obediência passiva. Na Madeira isto é muito fácil de se atingir, todos gostam... sobretudo jornalistas.

Hoje voltei a apreciar lixo informativo sem comparação, construído por uma semântica que toca no orgulho madeirense cego e formatado, sem querer perceber que há outros muito melhores e ainda outros que, sem títulos, faturam como verdadeiros vencedores a derramar prosperidade na sua população. Por cá, fica radiante o governante que alivia as costas da inação e os empresários do regime que mandam dizer que os desempregados são vadios e que é preciso passar ao esclavagismo para que a fórmula resulte: o enriquecimento dos mesmos. Quem diz a verdade é um malvado, quem os explora um amigo. Eles vão conseguir fazer escravos, alegres patetas desinformados.

Enviado por Denúncia Anónima
Segunda-feira, 25 de Outubro de 2021
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