A última palavra


N o dia em que o Diário insinuou que Célia Pecegueiro seria uma provável sucessora de Paulo Cafôfo, um blogue conotado com o PSD-Madeira reagiu violentamente ao anúncio apelidando a Célia de ser uma “tontinha”.

Não fosse o Blogue mais rasca da Madeira já nos ter acostumado à mesma linguagem ordinária vigente durante 40 anos ... até teria acreditado. Mas o nervosismo do autor do Blogue vai mais longe e goza com a vitória de Célia Pessegueiro na Ponta do Sol, afirmando que os 2.980 votos que Célia obteve num universo de 9909 votantes era uma vergonha, isto é, mais de 30% dos possíveis votantes.

O Blogue não deve ter espelho em casa e esqueceu-se de comparar a vitória da Célia Pecegueiro com a vitória de Pedro Calado no Funchal, onde num universo de 106.357 votantes obteve 26841, isto é, obteve apenas 25% dos possíveis eleitores do Funchal.

E não satisfeito com as asneiras que escreveu, o autor do Blogue, porque não encontrou mais nada a apontar a Célia Pecegueiro, ataca o seu marido Victor Freitas apelidando-o de ser um “mafioso” que “lavava frascos no laboratório da Universidade da Madeira”.

O alienado autor do Blogue esqueceu-se que lavar frascos na Universidade da Madeira é tão nobre como ser advogado e dar aulas de geografia e, que se não fosse a política, se calhar seria hoje apenas mais um anónimo professor reformado.

Aos militantes do PS, que aprenderam uma lição com o fenómeno Cafôfo, cabe decidirem, se preferem continuar com a luta de galos a que o PS sempre nos habituou ou mudar para alguém mais consensual e credível.

Aos estrategas Emanuel Câmara, Carlos Pereira, Victor Freitas e Carlos Jardim cabe conterem a ambição natural do poder e ter a serenidade estratégica de procurar que o consenso impere para que a pessoa que se segue não caia nas mesmas armadilhas em que Paulo Cafôfo ingenuamente caiu, isto é, é essencial a equidistância aos grupos económicos que dominam a Madeira porque é um fator decisivo para ser credível numa terra dominada pela corrupção.

Claro que a Célia Pecegueiro cabe a última palavra e decidir se honra os compromissos com o povo da Ponta do Sol que a elegeu, ou se a Madeira precisa de mudar. Seja qual for a decisão, julgamos que o povo da Ponta do Sol compreenderá e dar-lhe-á o seu apoio.

É evidente que numa sociedade patriarcal como a Madeira é muito mais difícil uma mulher chegar à presidência do Governo Regional do que um Negro ser presidente dos Estados Unidos.

Enviado por Denúncia Anónima
Terça-feira, 5 de Outubro de 2021
Todos os elementos enviados pelo autor. Imagem CM.

Adere à nossa Página do Facebook (onde cai as publicações do site)
Adere ao nosso grupo do Facebook: Ocorrências CM
Segue o site do Correio da Madeira