A traição de Albuquerque que os madeirenses sufragam

 

Q uando Albuquerque quis começar a marcar pontos para a política e se posicionar para substituir Alberto João Jardim, aproveitou-se do cansaço do povo e instruiu uma narrativa com os pecados do último. A prepotência, autoritarismo, um modelo esgotado deram lugar a uma esperança para o futuro, a partir do mesmo partido, mas através de uma facção: os Renovadinhos.

Albuquerque, perante os seus fracassos, costuma inverter toda a lógica do seu posicionamento político e atribui culpas aos outros. Se com o ferry foi claro, iniciando-se o processo de promessa nas eleições internas e acabando com culpas em Costa, já com jardim há um aberrante contorcionismo. É claro como água que Albuquerque foi eleito por primeira vez, como Presidente do GR, para dar lugar a um governo de mudanças. O povo convicto pensou que estava elegendo uma nova praxis e o "enterro" daqueles que, cimentados no privilégio, não permitem que a Madeira se desenvolva social e economicamente.

Todos ouvimos, e há vídeos para atestar, de que Albuquerque vinha produzir justiça social e "libertar" a Madeira dos grupos dominantes, focando nos discursos o que reconhecidamente eram ideias da Opinião Pública. Fê-lo como engodo, uma e outra vez, sabendo se desviar dos castigos aplicados pelo eleitorado através de coligações. Apesar do PSD-M apontar sempre para vitória, ela expressa-se cada vez mais através da compra de "danoninhos", fatias de eleitorado residual para completar o seu resultado, através de favores políticos sobre necessidades pessoais dos "pequenos líderes".

O que se vê é que com a repetição contínua da narrativa e o passar do tempo, o eleitorado não esquece mas desvaloriza, perdoa, é condescendente com as safadezas de Albuquerque. Não ter memória e alcance é problemático. É evidente que estamos diante de um governo com pretensões totalitárias, que despreza as instituições com diplomacia. Sorri, insere areia, compra elementos, desmobiliza equipas, não dá condições, motiva a autocensura, uma completa inércia ... O vale-tudo das campanhas não têm substância programática, não convencem, simplesmente atingem os interesses pessoais. Isto não é democracia (aqui era bom ler Violante Matos hoje).

Tudo isto é pior do que a era de Alberto João Jardim, porque Albuquerque mentiu para chegar ao poder e calçou as pantufas esquemáticas de Jardim, ampliando ou resolvendo o que faltava, por exemplo, na comunicação social. O processo autoritário é factual, as ameaças, a compra de votos, dispensa das condições ou formalidades ordinariamente exigidas (a cooptação), o dolo descarado por permanente impunidade ... porque as instituições não funcionam. É clara a total ausência de boas práticas democráticas incutidas nos seguidores, tornam o adversário um inimigo a quem se deve enxovalhar e usar de todos os meios para denegrir. Geram o aprofundamento da degradação da vida política nos últimos anos. Esta era é pior, mais extensa e curiosamente menos visada. Está tudo controlado.

São ridículas as demonstrações de força de Albuquerque diante da fraqueza reconhecida por muitos. Na verdade, este GR é comandado por DDT's, governam e exigem mais e mais concessões de um governo que tolerará tudo em nome da "estabilidade" dos dependentes. Este modelo económico está esgotado e inviável quando chega uma Bazuca. Ela vai providenciar mais dinheiro e trazer mais pobreza, como já aconteceu, o que exigirá do Governo (visto nestas eleições) novos ritos formais de contentamento democrático mas praticando um autoritarismo que impeça a reação política e eleitoral do povo madeirense. Manter pobre para necessitar de caridade e estimar o pouco que tem sem exigir por medo. (Volta a ser pertinente ler Violante Matos hoje)

O problema é este, se os partidos são a base da democracia, atacar as instituições partidárias é estar contra a própria democracia, no entanto, ela foi tomada por uma horda e só nas Autárquicas se permite listas de cidadãos fora dos partidos. Os DDT's compraram partidos e estes possuem lacaios sem moral, ética e valores. Quão longe estamos daquela era de democracia pueril do pós 25 de abril, com indivíduos com bagagem, ideologia e carácter, onde as divergências de então continham respeito pela competência adversária e, para cobrir, estavam jornalistas e jornalismo e não técnicas de favorecer, dissimular e privilegiar quem deve ganhar.

Albuquerque é pior do que Jardim, menos intempestivo mas com melhores resultados porque lhe permitem o autoritarismo de um "gajo porreiro". Albuquerque calçou a pantufa e completou o autoritarismo e há tanto pateta alegre efusivo por isto. Situacionista e colaboracionista.

O que se passou no Funchal foi muito mau e vai sair caro.

Enviado por Denúncia Anónima
Segunda-feira, 4 de Outubro de 2021
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