Resumo dos candidatos à CMF

 

B om dia vou fazer a minha leitura da situação do Funchal. Os que não moram cá devem estar com certeza fartos desta dose que a bipolarização na capital provoca mas, meus amigos, lembrem-se que as eleições no Funchal terão consequência no PSD, partido da governação, se Calado pretendente não passa, terão que encontrar outro indivíduo mais credível.

Comecemos pela CDU, faz algum tempo que este partido anda perdido, não tem foco. Se és de esquerda não podes indirectamente beneficiar a direita senão o teu eleitorado fica baralhado e não há novos ingressos de militantes. A CDU apontou baterias com os "mentírometros" contra a Confiança, o que vai suceder é haver transferência dos seus votos para a Confiança, enquanto voto útil para o Calado não ganhar nesta contenda tão disputada entre direita e esquerda. A CDU põe-se de parte de tudo, não participa na realidade democrática. A CDU creio que não soube ler os acontecimentos, uma vez mais. Precisa de sair do mantra, inovar, se envolver com a sociedade e não com os seus dogmas, deve ter mais arrojo e ambição, se actualizar. De que serve se achar com razão se o eleitorado não lhe dá?

O PPM cumpriu, foi sóbrio, nas oportunidades que teve de se fazer ver fez questões pertinentes, sobretudo no debate da RTP-M. É um pequeno partido, concorre sozinho, vamos ver como ocorre esta avaliação para depois decidir o que fazer nas Regionais. Os pequenos partidos terão de novo palavra, esperemos que mantenha coerência.

PTP, tem um pecado original que condiciona o pensamento do eleitorado, serve de experiência para saberem que a memória curta é selectiva e há momentos imperdoáveis. Votar contra contas auditadas e com elogio do Tribunal de Contas e votar contra um orçamento num processo de pandemia e crise não cai nada bem, nesse momento faltou solidariedade para substituir a política, momento marcante. Sob esta condição, temos a actuação certinha de Raquel Coelho nesta campanha que tenta passar uma nova imagem, sabe que vai ter de içar âncora do passado ... Usando a retórica que já tem, falta agarrar em processos e esventrar, dar substância.

O Chega tem muito para mudar, o estigma de radical de direita confirma-se pela postura dos seus militantes, demasiado truculentos, crispados, sem cultura democrática, sem tolerância ou moderação, é por esse conjunto de observações que chegam a interpretação pública de xenófobo. Pegam-se com todos, qual a confiança que obtém? Nenhuma. Se o partido é anti-sistema foi um erro colossal o encontro com Albuquerque na Quinta Vigia e demais envolvimentos próximos do poder, é a antítese do que clamam: anti-sistema. Assim são tidos por manhosos que procuram poder. Depois pegam-se com tantos que se esquecem que cada pessoa, na sua condição de acusada ou abusada, se multiplica por todos os iguais e famílias. Não sei se me faço entender. E outra coisa, o eleitorado do Funchal vai sendo duro de enganar.

A Iniciativa Liberal, interessante, pelo candidato escolhido, esteve arejado, com humor e propostas arrojadas que até teve de meter o candidato do modelo de 40 anos na ordem. Foi por ventura a melhor prestação no debate da RTP-M. É candidato de outra era, bom de se ver, o eleitorado vem um pouco mais atrás. Muitas vezes esse é o problema dos melhores ... serem incompreendidos e muito à frente do seu tempo.

O Livre ... falta rodagem, o candidato fez-me lembrar o Lume do PCP no início. Não desanime, tem potencial, falta se desembaraçar, é um processo.

Ao candidato da JPP também diria o mesmo do que disse ao do Livre, mas um patamar acima, coordenou ideias, por vezes parece que se perde mas lá encontra caminho. Falta rodagem mas a credibilidade das escolhas da JPP são um trunfo. Toca a rodar ...

"Sempre à Frente" - PSD/CDS absorvido pelo Pedro Calado, foi confrangedor, padece de ter a escola do poder e das empresas mas não tem escola política, é um absoluto zero e isso não vai à força. É destemperado e quebradiço perante as massas por articular ideias fora da órbita do que são os problemas do quotidiano do povo. Calado não entende os problemas do povo e diz coisas disparatadas a este, na forma errada e à pressa como que para ocupar o espaço. Depois vem alguém e desmonta. Prometeu demais e caiu no Descrédito. Disse que ia fazer quando veio do cargo do todo poderoso Vice ... e não tinha feito. Armou cilada de colete de forças à CMF e borrou-se. A ideia de ser ardiloso e pouco sincero em tudo já é imagem de marca. Pedro Calado, por não fazer percurso a pulso nas escadinhas da política, confunde tudo, suportado por dois anos com todos os poderes que lhe foram conferidos quando encostaram Miguel Albuquerque, e perdeu discernimento. Começamos a perceber todos os autoritarismos e vontades de não ser fiscalizado. Não pode ser. Mas deixa o povo aflito e a pensar muito sobre as características da pessoa que acaba de sair de um cargo importante, de total poder para comandar a região. Eu diria que muito eleitorado está apreensivo com o que viu e do que é capaz. Penso que vão vasculhar tudo perante a capacidade de instruir com inverdades.

Confiança, Miguel Silva Gouveia é técnico, de fio a pavio, vem por ali abaixo com a cartilha toda, fundamenta e tem sempre resposta mas, falta muito para político de craveira. No entanto, chegará muito mais depressa a político e terá melhor aproveitamento do que Calado ... se for para a escola política porque adapta-se e aprende, o Calado não, é orgulhoso e quer se impor, não se adapta. Com equipa própria, sóbrio, enraizado no concelho, deverá ter a sua oportunidade de fazer um mandato à sua maneira e ... daqui a 4 anos há mais eleições!

É tudo, se falhei algum peço desculpa. Aos eleitores, vão por favor votar, escolhemos pessoas mas as eleições também dizem muito do que somos. Bom dia a todos.

Enviado por Denúncia Anónima
Sexta-feira, 24 de Setembro de 2021
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