O Partido Social Democrata


E m 1971, ficou celebre a frase do deputado Francisco Sá Carneiro na Assembleia Nacional “o valor essencial da liberdade sem a igualdade torna-se aristocrático privilégio de uns quantos”, referindo-se à ditadura. Três anos passaram e, em maio de 1974, um mês depois da revolução de abril de 1974 e perante a iminência de outra ditadura de esquerda, Francisco Sá Carneiro, Pinto Balsemão e Magalhães Mota fundaram o PPD - Partido Popular Democrático que, dois anos depois, alterou a sua denominação para PSD – Partido Social Democrata. 

De “Popular” passou a ser “Social” e de “Democrático” passou a “Democrata”, o que muitos pensaram ser apenas uma modificação de cosmética, com objetivos puramente eleitorais, provou ser os alicerces de um partido para o futuro. 

E, não foi por acaso que Sá Carneiro afirmou na altura que “somos um partido de esquerda não marxista e continuaremos a sê-lo” e que “sectores como a saúde, educação e outros fazem parte das atribuições e são responsabilidade do sector público”.

Em 1977, Sá Carneiro confessou que “sei que o meu destino é morrer cedo e só concebo a vida se for vivida vertiginosamente” e, por fatalidade do destino, em 1980, morre num acidente de aviação com contornos muitos suspeitos e ainda por explicar.

Quarenta anos depois da morte de Sá Carneiro, o PSD de Miguel Albuquerque é a antítese de tudo o que Sá Carneiro defendeu. Depois do assalto ao poder, defendendo a aposta social do Partido, Miguel Albuquerque regrediu a génese do Partido Social Democrata e tornou-o num partido de “privilégios de uns quantos”, exatamente aquilo que Sá Carneiro denunciou.

O PSD de Miguel Albuquerque só é “Social” na altura das eleições, prometendo Saúde e Apoio Social aos idosos e Educação aos mais jovens mas, quando se torna poder, faz tábua rasa disso tudo. Miguel Albuquerque vendeu o PSD a meia dúzia de grupos económicos cujo objetivo é enriquecer à custa de salários baixos em condições sub-humanas. Hoje trabalha-se até à exaustão e cada dia que passa a saúde deteriora-se e a fome ocupa as casas de muitos madeirenses

Quem é que hoje tem dinheiro e um médico para se tratar, ou um salário que sobre no fim do mês? Quantos de nós, já a meio do mês, começa a contar os tostões à espera do próximo ordenado? Quantos de nós sabem sequer o que é férias? Quanto de nós usam o subsídio de férias e Natal como complemento à vida diária para acetar contas? A realidade é que hoje uma larga maioria dos madeirenses trabalha apenas para comer! E os 20 mil desempregados comem o quê? É isto o Partido Social Democrata?

Mas pelo que se advinha, o pior está para vir! Se o PSD de Miguel Albuquerque é assim, imagine-se o que será o PSD de Pedro Calado!

Enviado por Denúncia Anónima
Terça-feira, 7 de Setembro de 2021
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