D epois de uma queixa à Comissão Nacional de Eleições, por diversos partidos da oposição, sobre a prática de publicidade suscetível de manipular o sentido do voto dos eleitores do Funchal, a CNE mandou retirar os referidos cartazes alegando que o Governo Regional violou a lei da “neutralidade e imparcialidade”, ao publicitar abusivamente em período de campanha, atos estritamente do Governo e advertiu o Presidente do Governo Regional, para que não volte a fazer publicidade institucional até ao dia 26 de setembro.
Como medida cautelar imediata, ordenou que o Governo Regional retirasse os cartazes no prazo de 48 horas, que diga-se, já largamente ultrapassados. Como ficamos? A CNE avisou, ainda que caso a ordem não seja acatada pelo Governo Regional, os titulares de cargos públicos incorrem na prática de crime de desobediência.
Depois de Miguel Albuquerque ter argumentado que os cartazes não violavam a lei porque não tinham qualquer objetivo eleitoral, nem qualquer referência partidária, em vez de cumprir com a ordem mandou colocar mais, ou seja, em vez de acatar a decisão persistiu na prevaricação. Pelo que se soube, a Comissão Nacional de Eleições enviou o processo para o Ministério Público, mas até que a investigação termine ... que não nos caia os dentes.
E a questão que, qualquer pessoa minimamente inteligente pode fazer ao Sr. Presidente do Governo é, se a publicidade não tinha qualquer objetivo eleitoral então porque é que só agora é que foram colocados e não depois do dia 26 de setembro?
Para quem está atento à política, já verificou que os referidos cartazes nada têm de ingenuidade porque referem explicitamente que “O Governo Cumpre com o Funchal” e refere explicitamente o nome da freguesia onde está colocado. Claro que ficamos sem saber o que é que o Governo cumpriu com o Funchal mas, dá a ideia que fez qualquer coisa que ninguém viu, que pode influenciar o sentido de voto. Mais um truque de marketing da famosa Agencia de Comunicação do PSD. Será que os cartazes do Governo e do PSD foram objeto da mesma encomenda?
Mas a coligação PSD/CDS não se ficou pelos polémicos cartazes pois continua a fazer campanha com recursos e projetos do Governo Regional, neste caso do IHM. Aliás, presentes na apresentação estiveram também os responsáveis pelo IHM, quando a CNE proibiu apresentações cruzadas entre os candidatos e o Governo Regional.
E o caso da apresentação do projeto de requalificação do Jardim da Mata da Nazaré é um exemplo de desrespeito pela CNE e, senão fosse hilariante, seria dramático, porque já foi anunciado pelo próprio Pedro Calado, a 13 de março deste ano, quando era Vice-Presidente do Governo. Será que está com Alzheimer?
Para quem não sabe, o Jardim da Mata da Nazaré é da responsabilidade do IHM-Instituto de Habitação da Madeira desde fevereiro deste ano, que o vedou e que está ainda ao abandono, é da responsabilidade de um Instituto tutelado pelo Governo Regional.
Mas a maior preocupação do candidato vai para o uso da mata por drogados, sem-abrigos e bêbados, quando até à data ainda não apresentou uma ideia que fosse para terminar com o flagelo do consumo e tráfego de estupefacientes na cidade.
Com isto tudo, a leste do paraíso parece estar a CNE.
Enviado por Denúncia Anónima
Domingo, 19 de Setembro de 2021
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