Devotos da Estrunfa Azul


H oje a cidade do Funchal acordou mais limpa e os jornalistas idóneos do Correio da Madeira chegaram cedo com uma ressaca à Redação, depois de uma noite de fobia no Jardim das Madalenas. O Chefe de Redação decidiu, por unanimidade de um voto, que neste dia de reflexão o Correio da Madeira só escreveria sobre os Estrunfes, os Pirilampos e o Rantanplan.

Foi então que a jornalista lésbica questionou o Chefe de Redação se o facto de os Estrunfes serem de cor Azul, a Comissão Nacional de Eleições não iria suspeitar que o Correio da Madeira estaria a promover um dos candidatos, ao que ele respondeu-lhe com um soco no olho.

Sem perder tempo, os jornalistas montaram na trotineta elétrica e desceram a Rua do Til em direção à Rua dos Netos. Bateram à porta e foram recebidos por um segurança mal-encarado que os informou que ali só havia Estrunfes Laranja mas, que lhes podia oferecer uma esferográfica que tinha ficado do comício de ontem. 

Desiludidos montaram outra vez na trotineta elétrica e dirigiram-se para a Rua da Alfandega. Como tinham pressa, entraram em sentido contrário mas foram barrados pelo RoboCop que os multou por não terem retrovisor. Depois de pagarem a multa com moedas de 10 cêntimos, tocaram à campainha e meia hora depois um gajo de barba abriu a porta com um olho aberto, robe Minnie e chinelos com pompons rosa, com ar cansado e deitado do lado errado da cama, informou que ali os Estrunfes eram todos cor-de-rosa, mas que podiam encontrar uma Estrunfa Azul na Aldeia do Sol.

O dia estava a correr mal e sem muitas opções montaram outra vez a trotineta elétrica e seguiram pela Via Rápida em direção à Aldeia do Sol. Como a bateria estava nas últimas e como o Tabuada Interino ainda não tinha instalado postos de carregamento elétrico, tiveram de pedalar à vez.

Como depois do Cabo Girão era sempre a descer e, o limite de velocidade era de +10, supostamente sobre a aceleração da gravidade, em 15 minutos chegaram à maior aldeia da zona oeste da Ilha a 230Km/H, sem fazer barulho.

Chegados à Aldeia do Sol perguntaram pela Estrunfa Azul mas a maioria da população desconhecia onde ela vivia. Finalmente e, quando o desânimo tomava conta da equipa, uma rapariga gira de nome Célia Amendoeira - que estava acompanha por um Estrunfe feioso cor-de-rosa - indicou o local de residência da Estrunfa Azul.

Dez minutos depois, os jornalistas idóneos bateram à porta e, depois de serem selvaticamente mordidos pelos 20 cães da casa, foram finalmente recebidos pela Sara Muffin.

Ainda bem que a jornalista lésbica tinha ficado desmaiada na Redação porque senão ninguém a segurava! Mais calmos, mas ainda atordoados pelos lábios lindos da Estrunfa Azul, perguntaram-lhe, se depois de ser eleita presidente de câmara da Aldeia do Sol, se ela aceitava ir tomar um café com eles todos, azuis em vez dos matizados de laranja. Fizeram-lhe olhinhos e ela derreteu-se ... é um muffin de derreter na boca.