Avisos sismológicos


N unca houve tanto pequeno sismo ao largo da costa sul da Madeira (mas também alguns a norte), há largos meses, e pelo que "não se nota", todos lêem as notícias e deixam andar. Não se ouve uma palavra sobre uma iniciativa de averiguar o que se passa ou de contactos que levem a isso, naturalmente com meios técnicos que não temos.

"Um sismo de magnitude 5,3 na escala de Richter abalou este sábado (3-7-2020) à noite o arquipélago da Madeira, confirmam os dados do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). O terramoto foi registado às 20h58 a 40 quilómetros a sudoeste da Deserta Grande (a maior do sub-arquipélago das Ilhas Desertas) e teve origem a 4,7 quilómetros de profundidade. (...) Meia hora depois do primeiro abalo, às 21h22, foi registada uma réplica de magnitude 2,4 na escala de Richter. O epicentro do segundo sismo está a cerca de 35 quilómetros a sul de Câmara de Lobos, numa região próxima à origem do primeiro terramoto. De acordo com o IPMA, o sismo ocorreu a uma profundidade de 2,4 quilómetros.(...) Este é o sismo mais forte registado no arquipélago da Madeira desde 1975, quando foi sentido o terramoto com maior magnitude de que havia memória. Nesse ano, um abalo de 7,9 na escala de Richter eclodiu na Madeira, mas foi sentido em todo o país, mas provocou apenas danos materiais ligeiros. (...) Os sismos ocorrem normalmente quando os materiais que compõem a litosferta — a camada mais superficial da Terra — libertam a energia que têm acumulado ao longo do tempo por causa dos movimentos tectónicos, isto é, das placas em que se divide a superfície terrestre. (...) Ao contrário do que acontece no arquipélago dos Açores, a Madeira não está numa região de encontro entre placas tectónicas, uma região de elevada sismicidade. Ainda assim, a ilha da Madeira assenta em algumas falhas, ou seja, rasgões dentro das placas tectónicas que aparecem quando as rochas cedem à pressão que os movimentos tectónicos provocam."

Empiricamente, o alívio da tensões em "suaves prestações" é bom e evita sismos maiores, com danos. De todos estes, nos últimos tempos, só o atrás relatado se revestiu de interesse até porque abanou um pouco as casas. "Acordou" as pessoas. Se calhar é necessário algo que abane as cabeças.

Este deixa andar, porque o Povo Superior para além do show off não tem "magma" na cabeça, não pensa que, de um momento para outro, podemos ter mais um folhetim a ameaçar a Madeira. Um "Stromboli" vindo das profundezas alteraria o nosso clima e o transporte aéreo, logo de arranque. Estamos mais perto da frequência sismológica do que por exemplo o Monte Etna e a cidade de Catânia ou o Vesúvio de Nápoles. Parece coisa do foro de filme do apocalipse mas, serve para dizer que basta um valente sismo para também a realidade da Madeira se modificar, pondo à prova tantas obras e fingimentos ambientalistas, que tudo deturpam, para levar a sua avante. A natureza não se compadece com lóbis e inércia.

Escrevo para o Correio da Madeira para dizer que este assunto merece mais atenção, porque teoricamente há alívio de tensões mas, também pode ser um "arrastar" ou "friccionar" para algo maior. Olhando para o mapa do registo de sismos, vemos que se prolongam no enfiamento das cristas de relevos da ilha que entram por mar a dentro, o que de novo e empiricamente, é a zona que se mexeu para dar origem à Madeira.

Por último, lamentar que a ignorância leve, na maior parte dos casos, a chalaças tontas que ocupam o lugar da sabedoria para terem como se pavonear nas redes sociais.

Enviado por Denúncia Anónima
Sábado, 4 de Setembro de 2021
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