Os partidos pequenos matam-se e provocam bipolarização


P or vezes, parece incompreensível que empresas do mesmo ramo abram portas umas ao lado das outras. Se nos centros comerciais não há outro remédio, na baixa, as tradicionais seguem a mesma ideia. Talvez exemplificando com restaurantes e bebidas seja mais perceptível, apontando para a Zona Velha. Um núcleo comercial exerce sinergias, bastando para isso que cada um se especialize e não apresentem todos os mesmos produtos. Podemos assim ter 100 restaurantes, que a diversidade atrai as pessoas para o núcleo, ali vão com certeza conseguir o que desejam. Muitas vezes levam uma ideia mas, porque visualizam mais ofertas, decidem-se por outras. É um risco mas também uma oportunidade potenciada. A capacidade de seduzir cria disputa e concorrência, elevando a quantidade e qualidade da oferta.

Os que todavia não entenderam esta teoria são os partidos pequenos na Madeira, porque muitas vezes não funcionam como um partido mas sim pela carolice de um ou outro elemento. Alguns são "o partido", não movimentam pessoas para terem diversos órgãos a funcionar convenientemente ou são "prata da casa amadora". Há muita estratégia pessoal, temos visto.

Voltemos aos restaurantes num núcleo, é de bom senso que todos tenham boa apresentação, asseio, bom serviço porque, se más experiências ocorrem, todo núcleo sofre. Imagine um surto de salmonelose num restaurante, os clientes não se vão afastar do núcleo? De todos os restaurantes até ficarem convencidos?

Passemos de novo aos pequenos partidos, talvez muitos esfreguem as mãos quando vêem um a tombar ou a se vender, porque sonham em ir buscar aqueles votos ou obter um outro posicionamento. Eu creio que os episódios que acontecem ferem a idoneidade dos pequenos partidos na generalidade, porque são vistos com a mesma estrutura frágil e falível, onde basta um perder a cabeça ou ficar necessitado para afundar "o partido".

É assim que julgo que o historial de pequenos partidos, em ebulição ou a cometer erros, está a provocar a bipolarização que se vem vendo e que vai aumentar. Conforme o eleitorado vai vendo como alguns se vendem, é impossível não pensar que a cena se repita com outros, pré eleitoral, pós-eleitoral, a título pessoal tramando "o partido". Ver pequenos partidos absorvidos faz pensar que alguns são formados como tentativa para resolver a vida. Na minha opinião, os que se coligam deixam de saber a sua força, os que se deixam isolados ficam à mercê da imagem dos outros. Quer queiram, quer não. O eleitorado não tem um sentido tão apurado para diferenciá-los, até porque gozam de pouco tempo de antena ...

Os episódios do CDS, do PAN, do RIR, do maquiavélico Chega, os colaboracionistas com um pé em cada lado, à espera do momento da sorte na conjunção de resultados ... descredibilizam, e o eleitorado volta-se para partidos maiores onde possa haver mais confronto interno de argumentos, ideias e até de interesses.

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Enviado por Denúncia Anónima
Quinta-feira, 12 de Agosto de 2021
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