Os macacos de imitação no Serviço Regional de Saúde da Madeira

 

Madeira quer copiar Sistema de Saúde que 92% diz estar doente.

É doença crónica mas estamos habituados a "laranjadas" na saúde com rajadas de ignorância: os mestres da cópia, mas sempre com segundas intenções, neste caso, planeiam mais um monopólio, no sector da saúde regional.

Então não são, estas aves raras, a favor da cópia rasca do modelo de "serviço" que é "negócio" da saúde americano que, nem como serviço nacional existe!? Havendo apenas um negócio onde só o lucro conta com humanização rendida ao cifrão!

Estas cabeças queimadas, de neurónio único, só põem ter por intenção a implosão controlada do SRS/RAM, quando apenas deveriam refundar e reorganizar, acrescentando, uma letrinha, "U", de Único, SURS/RAM. Apenas por uma razão, porque quem contribui, tem obrigatoriamente de usufruir do mesmo e não pode ser empurrado para financiar uma privada, sem a devida regulamentação e respectiva contratualização de serviços assumidos, integralmente pelo público, que está obrigado a prestar ao contribuinte esse serviço.

O "único", não significa que não existam, parcerias, bem definidas com os privados, significa que o sector público deve contratualizar, monitorizar todos os seus clientes e qual a porta de entrada. Deve ser o sector público a assumir a comparticipação a 100% do serviço a que está obrigado a oferecer ao contribuinte do sistema, mesmo que este seja contratualizado na privada.

Podemos trabalhar com seguros mas, todos sabemos que os seguros, em determinadas apólices, entalam o cliente e, neste aspecto, o público tem a obrigação de resolver no que diz respeito a áreas da saúde como a oncologia, onde os custos são brutais e, muitas vezes, os doentes, enfrentam dificuldades de acesso a novos medicamentos e novas terapias, impostas, precisamente, pelo custo/beneficio económico. Ora, a mercantilização da saúde, não pode ser tratada como um qualquer monopólio económico, nem o nosso sistema regional deve pender para esses lados. Lamentavelmente é força de hábito ...

Alguns políticos, pretendem propor na RAM, um modelo igual ou similar ao praticado nos Estados Unidos. As duas realidades nada têm de comum, nem sequer em termos de tecnologia, em que sem se considerar competências humanas, temos de nos render ao elevado poder tecnológico da América do norte.

Mas as diferenças, em qualidade dos serviços, prestados à população em geral, e em termos de garantir um acesso, gratuito e universal, nós sim, estamos anos luz, e muito à frente desses senhores, sabemos, que a qualidade dos seus serviços, são elevadas, mas são para poucos, e para os que a podem pagar, cá essa qualidade, é oferecida, a todos sem excepção. As diferenças que nos separam são abismais.

Link

Então vejamos as diferenças, ditas e escritas por clínicos dos USA, David Blumenthal:

O sistema de saúde dos EUA ficou em último lugar no ranking geral entre 11 países de alta renda em uma análise da organização sem fins lucrativos Commonwealth Fund, de acordo com um relatório divulgado hoje.

O relatório é a sétima comparação internacional dos sistemas de saúde dos países pelo Commonwealth Fund desde 2004, e os Estados Unidos ficaram em último lugar em todas as edições, disse David Blumenthal, MD, presidente do Commonwealth Fund, a repórteres durante uma coletiva de imprensa.

Os pesquisadores analisaram as respostas da pesquisa, dezenas de milhares de pacientes e médicos em 11 países e o desempenho de 71 medidas em cinco categorias - acesso ao atendimento, processo de atendimento, eficiência administrativa, equidade e resultados de saúde. Os dados administrativos foram coletados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

De entre os contribuintes pobres, os Estados Unidos mostram que metade (50%) dos adultos norte-americanos de baixa renda e 27% dos adultos norte-americanos de renda mais alta, afirmam que os custos impedem a obtenção dos cuidados de saúde necessários. “Em nenhum outro país a desigualdade de renda limita tão profundamente o acesso aos cuidados”, disse Blumenthal.

No Reino Unido, apenas 12% com rendas mais baixas e 7% com rendas mais altas disseram que os custos impediam de receber cuidados.

Numa comparação gritante, os pesquisadores descobriram que "uma pessoa de alta renda nos Estados Unidos tinha mais probabilidade de relatar barreiras financeiras do que uma pessoa de baixa renda em quase todos os outros países pesquisados que foram: Austrália, Canadá, França, Alemanha, Holanda, Nova Zelândia, Noruega, Suécia, Suíça e Reino Unido. "

Noruega, Holanda e Austrália foram as melhores classificadas, por essa ordem. A restante listas dos 11 nesta classificação geral estavam (4) o Reino Unido, (5) Alemanha, (6) Nova Zelândia, (7) Suécia, (8) França, (9) Suíça, (10) Canadá e (11) o Estados Unidos.

O que este relatório nos diz é que nosso sistema de saúde não está funcionando para os americanos, especialmente aqueles com renda mais baixa, que estão em grande desvantagem em comparação com os cidadãos de outros países. E eles estão pagando o preço com sua saúde e suas vidas. (Blumenthal em comunicado de imprensa).

Mas disse mais, desaprovando as políticas nos Estados Unidos relativamente à Saúde:

Para alcançar outros países de alta renda, o governo e o Congresso teriam que expandir o acesso à saúde, de forma equitativa, para todos os americanos, agir agressivamente para controlar os custos e investir nos serviços sociais que sabemos que podem levar a uma população mais saudável. 

 A alta mortalidade infantil e baixa expectativa de vida nos EUA, são dois dos vários factores que contribuíram para a classificação dos EUA, têm a maior taxa de mortalidade infantil (5,7 mortes por 1000 nascidos vivos) e a menor expectativa devida aos 60 anos (vivendo em média 23,1 anos após os 60) em  comparação com os outros países pesquisados. A taxa de mortalidade evitável nos EUA (177 mortes por 100.000 habitantes) é mais do que o dobro do país com melhor desempenho neste aspecto, a Suíça. Link para comprovarem

Voltando à terrinha ...

Então queremos nós, aqui, imitar ou sequer fazer aproximar um sistema mercantilizado, focado apenas no lucro económico, que descura por completo o lucro social, o mesmo que não sendo assegurado pelos contribuintes, está alicerçado numa rede de seguros promiscua e também focada no lucro económico e empresarial? Somos Europa, com honra e prazer, a social, e queremos imitar os liberais americanos por ganância descurando o custo social. Que raio juram governantes e médicos?

O nosso SRS/RAM e o SNS, são sistemas alicerçados na contribuição dos cidadãos, foi elogiado, e sim, nos USA durante a Presidência de Barack Obama foram efectuadas tentativas de implementar.  Como se compreende que alguém na RAM defenda precisamente implementar o sistema mercantilizado, que falha redondamente e só é eficiente e eficaz, para quem tem poder económico. Lembram-se daquele subsídio social de mobilidade que só facilitava os ricos, preparem-se que vem igual para a Saúde, é só perceber o "desenho"!

Só mesmo com macacos de imitação, gente do copy-paste, se pode defender uma renovação do nosso SRS/RAM ao estilo americano!

José Edgar Silva

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Quinta-feira, 12 de Agosto de 2021 17:56
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