O Cannyoning na Madeira


S ou adepto e praticante de Cannyoning na Madeira desde o ano 2000 e quero-vos contar e divulgar a realidade desta modalidade na região. Em primeiro lugar a Madeira está no top mundial e muito provavelmente tem o prémio (não pago) de melhor destino turístico insular do MUNDO desta modalidade, grande fonte “apenas de bastidores” de economia para a região, podendo ser praticado todo o ano, temos cascatas, gargantas, floresta e paisagens deslumbrastes, digo de “bastidores” porque passa despercebido pelo menos a quem tem infelizmente a pasta do Turismo.

Esta atividade começou a ser praticada na região nos anos 90 (tanto quanto sei), nessa altura chegou á Madeira um senhor Francês de seu nome Antoine Florin, que pela sua paixão pela modalidade, desembolsou do seu próprio bolso algum orçamento e tempo para equipar muitas cascatas da ilha, falo em equipar porque é preciso montar, fazendo alguns furos na rocha para colocar as chamadas ancoragens, pequenas argolas e correntes fixas em todas as cascatas, onde passamos a corda para descer em rapel, este mesmo senhor editou um livro com toda a informação necessária, como chegar ás ribeiras, o números de cascatas e suas alturas, pouco tempo depois foi mandado retirar das bancas esses mesmos livros pelo um senhor chamado Rocha da Silva com a “desculpa” que não tinha sido consultado e porque tinha sido feito pelo um estrangeiro.

Anos depois existem meetings de Cannyoning na região nomeadamente no Seixal onde veem praticantes de todo o Mundo participar e partilhar estas experiências na ilha, neste momento são largas dezenas de diferentes cannyoning catalogados na ilha. E publicidade apoios e legislação é quase ZERO, à semelhança de outros desportos como o surf, BTT, caminhadas, trails, com alguma manutenção mas com muita falta dela, é só deixar a natureza mostrar e “falar” tudo o que tem de bom, sem estradas, estacionamentos etc.

Esta semana morreu mais um turista a praticar esta modalidade, sem saber o que exatamente aconteceu, o que me deixa revoltado é fazerem a notícia de “foi fora do trilho recomendado” ora para fazer a aproximação ás ribeiras não existe nenhum trilho recomendado, apenas algumas placas a indicar, e umas veredas que não constam (tanto quanto sei) nos trilhos recomendados pelo Turismo e IFCN,  porquê que não existe á semelhança de muitos desportos de montanha uma legislação especifica para cada modalidade?      Com trilhos recomendados e catalogados, exigência de formação pela parte dos guias, número máximo de clientes por guia, segurança, meteorologia, e deixava aqui dezenas de reparos.

O que deve de ser feito senhor Eduardo Jesus é uma reunião com quem é a cara da Madeira para o turista, sejam eles guias de Montanha, de Canyoning, BTT, condutores de Turismos, guias interpretes, rececionistas, etc. estes sim dirão onde melhor aplicar esses 19 milhões de euros alocados para a APM, quando não temos uma casa arrumada convidamos alguém a visita-la?    

Uma homenagem ao já falecido Antoine Florin

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Enviado por Denúncia Anónima
Sábado, 21 de Agosto de 2021 01:14
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