Asfalto Laurissilva

 

O “projeto” de asfaltagem da Estrada das Ginjas situa-se geograficamente numa das áreas mais valiosas da Floresta Laurissilva no Mundo. 

Essa hipotética “intervenção” centra-se numa área classificada pela UNESCO como Património Natural da Humanidade de Valor Universal Excecional. 


A Laurissilva da Madeira é considerada a maior mancha sobrevivente a nível Mundial. Também considerada como Floresta Climática Reliquial, pois:

  • Reúne importantes recursos hídricos;
  • Importantes formações geomorfológicas (cascatas, penhascos, fragas);
  • Riquíssima em nichos ecológicos, com endemismos de Fauna e Flora;
  • Caracterizada com grau de conservação maioritariamente virgem e primária do ponto de vista arbóreo, representando assim um património reliquial, vivo e dinâmico.

A intenção de intervenção do Governo Regional, particularmente o seu presidente, localiza-se numa zona de elevado Valor Ecológico e Paisagístico. A asfaltagem representa uma desalmada descaracterização do atual Caminho das Ginjas.

Os objetivos e a justificações desta diabólica intenção não está minimamente fundamentada, muito menos segue as diretrizes e as linhas de gestão recomendadas pelos órgãos consultivos e científicos da UNESCO, como é o IUCN e a WWF.


A intenção de intervenção a título algum enquadra e considera o seguinte:

  • As características naturais e patrimoniais da Floresta Laurissilva da Madeira, estas são espantosamente desvalorizadas;
  • A integridade da área em estudo como área de Património Natural da Humanidade de Valor Universal Excecional não é assegurada;
  • As medidas de proteção e gestão apresentadas no EIA (Estudo de Impacto Ambiental) não garantem a preservação desses ecossistemas.
Muito pelo contrário!  

A hipotética implementação desse projeto colocaria em causa a estabilidade desta Herança Mundial de Valor Natural. Esta parte da Floresta Laurissilva – Ginjas - seria contaminada e perturbada por elementos e dinâmicas não naturais o que provocará a degradação das suas características de excecionalidade.

Consideremos o que a entidade auditora e classificadora do nosso bem natural classificado pela UNESCO nos informa …

“… A IUCN acredita que projetos de exploração, como é o caso deste projeto de infraestrutura e atividades associadas, são incompatíveis a longo prazo com os objetivo de preservar esse local do Património Mundial Natural, e que tal representa perigo de degradação. Tal intervenção não deve ser, de todo, ser permitida …”
 
“… Mesmo que existam dimensões económicas de viabilidade, criação de postos de trabalho, fomento de relações comerciais ou qualquer outra fonte de riqueza económica, estas não podem ser permitidas quando colocam um Valor Universal Excecional em risco. Este é sempre o bem maior e nenhuma outra riqueza a pode sobrepor …” 

A Floresta Laurissilva da Madeira (Laurissilva da Madeira) não é uma atração turística primária, não é um parque de diversões, muito menos um circo de animais e árvores.

Enviado por Denúncia Anónima
Terça, 31 de Agosto de 2021
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