A esquizofrenia de uma sociedade


N ós, seres humanos inseridos numa sociedade, não gostamos de ser invadidos por pragas de baratas, ratos, pombos, bactérias e vírus; criaturas que definimos como sendo porcas e descendentes do Belzebu.

No entanto, fruto de um consumismo desenfreado, produzimos lixo que não mais acaba. Pior, espalhamos por todos os cantos da casa onde habitamos – a Ilha da Madeira - e que pertence a todos os madeirenses. Basta olharmos para os eco-pontos e papeleiras desta ilha, verdadeiros pontos de porcalhice e locais de criação dos referidos bichinhos indesejáveis, visíveis a olho nu ou não. Para já não falarmos das nossas ruas onde de tudo se encontra: mascaras pessoais usadas, papelada, restos de cigarros, comida em sacos abertos, etc., tudo menos limpeza. Até parece uma competição para ver quem consegue sujar mais.

Como a bicharada demoníaca floresce devido a estes comportamentos, o que fazem os serviços de salubridade das autarquias? Pressionado pelo zé povinho, veneno à força toda. E então é ver as placas vermelhas, espalhadas por esta terra, a advertir a população das zonas de desratização, nas quais morre qualquer ser vivo que, inadvertidamente, entre em contacto com os venenos lá colocados ou com animais já envenenados pelos mesmos. Quer dizer, os serviços de salubridade deixaram - e bem - de usar venenos para erradicar as ervas das bermas da estrada pois é prejudicial ao meio ambiente mas, para ratos, pombos e demais bichos considerados inconvenientes, já os usa; afinal de contas, pelo que parece, nem eles fazem parte do mesmo meio ambiente das ervas - são de um outro talvez alienígena, talvez dos quintos dos infernos -, nem estes venenos vão parar ao meio ambiente, possivelmente esfumaçam-se.

Acontece que, além de não serem eficazes, estes envenenamentos só servem para a bicharada criar defesas contra os mesmos e fazerem com que bactérias e vírus se tornem cada vez mais fortes e mortíferos, ou seja, multi-resistentes. O custo causa efeito deste procedimento é muito baixa em relação à eliminação desta bicharada - já que os poucos mortos são logo repostos na próxima geração - mas muito alto para os humanos já que, cada vez mais, se vêm a braços com doenças multi-resistentes e de difícil tratamento. É uma equação simples: quanto mais lixo, mais seres indesejados e doenças mais resistentes, não existindo veneno que resolva tal situação. A única solução é mudarmos comportamentos e não a utilização de venenos.

A mudança, o atingir do patamar de humanidade, parte de todos nós e de cada um e não de instituições ou de outra coisa qualquer. Não podem ser os outros, sejam eles quem sejam, a fazer o trabalho que cabe a cada um de nós. 

A sabedoria de um povo não se mede pelo que ele aparenta, mas sim pelo que ele é. O que tenta aparentar nada mais representa do que a sua ignorância.

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Enviado por Denúncia Anónima
Sábado, 21 de Agosto de 2021 18:21
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