Os perigos espreitam na Saúde

 

A nossa saúde, a de todos nós, a saúde dos nossos profissionais que labutam no SRS, a saúde dos nossos "clientes", a saúde de todos sem excepção, é algo de muito importante para ser, por alguns, simplesmente desconsiderada.

Ora e porquê esta preocupação como profissional de saúde? É simplesmente intolerável e inadmissível que alguns se julguem os únicos importantes na saúde e que, no universo do SRS, possam decidir e dispor de forma arbitrária e de puro despotismo.

Na saúde, sem equipes multidisciplinares, simplesmente não existe "saúde". Mais, numa empresa ou hospital sem organização nem consideração e respeito pelas várias hierarquias, impera a anarquia medíocre e o insulto avulso em total desrespeito: uma vergonha, institucionalizada e promovida. 

Em mais de três décadas de serviço, nunca nestes últimos anos assisti a episódios deselegantes, onde além da boa educação e bom senso, a ética, a deontologia assim como a cordialidade foram atiradas para o lixo.

Hospitais que se prezam, defensores de brio profissional colectivo, implementam procedimentos normativos que, como o próprio nome os define, são normas invioláveis. Infelizmente, nestes novos tempos, andam sujeitos a atitudes e práticas caprichosas de profissionais que se acham no direito de os contornar ou até de os desconsiderar, agindo pelo livre arbítrio que a norma precisamente pretende prevenir e evitar.

Em áreas como a prevenção da difusão e disseminação da infeção hospitalar, estas atitudes são muito perigosas, sejam quais forem as razões invocadas, podem colocar terceiros em risco, até de vida. 

Saberá o SRS, actualmente, qual a percentagem de profissionais contaminados no desempenho dos cuidados prestados aos utentes, aqueles que escapam de uma triagem específica e que são admitidos e internados, só à posteriori, quando finalmente se identificam e diagnostica agentes infecciosos que até obrigam a medidas de isolamento? !!!!

Mas será que alguém liga a mínima a estas situações, quando se assiste a um laxismo pelo excesso de foco na COVID ou, inclusive, alguma distração de alguns que deveriam estar mais atentos?

Quando se observa uma gestão de vagas por cama livres e, onde além do diagnóstico pesa a posição social ou de proximidade, tudo pode acontecer, inclusive a tal falta de educação e o tal insulto gratuito, o tal laxismo.

Assim vamos caminhando numa Saúde e num SRS, que não muda desde Salazar, refém e enclausurada num passado anacrónico que o torna uma monumental estrutura com pés de barro.

Refundar o SRS, passa por lhe conferir uma estrutura organizacional capaz de blindar e prevenir que algumas estruturas não funcionem como feudos, com os seus castelos e respectivos senhores feudais, porque infelizmente isso existe na saúde actual.

A saúde assim morre, devagar e sem remédio ...

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Sexta-feira, 30 de Julho de 2021 20:42
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