P ara o cidadão comum madeirense, mais preocupado em lutar no seu dia a dia para obter o seu mísero ganha pão, a política é um mundo à parte, mais destinada às elites e aos situacionistas. Por isso não terá uma percepção do tráfico de influências que ocorre nas escolhas dos candidatos a cargos políticos dentro do PSD.
Desde logo, vemos este ano, numa inaudita ação de marketing político, que o cartaz do candidato do PSD à Câmara do Funchal, para além do rosto do Pedro Calado, tem também uma imagem do médico Nunes, em segundo plano. Uma espécie de pater famílias.
Na antiga Roma, o pater famílias era o dono da casa, casado e com filhos. Em geral, pai de família autoritário. O pater detinha o poder de vender os seus filhos como escravos - a lei romana providenciava, no entanto, que se um filho ou filha fosse vendida três vezes, não mais estaria sujeito à patria potestas. ... Além de ser um chefe, o pater familias era a única pessoa dotada de capacidade legal, ou sui iuris.
Ora, nos renovadinhos do PSD o Nunes é um autêntico influencer e desempenha uma importância vital nas escolhas de diversos candidatos a cargos políticos. Na base destas escolhas estão os laços de amizade pessoal e clubística, os negócios estabelecidos com as suas empresas na área da medicina, da fisioterapia, das creches, da medicina desportiva e do trabalho, e até da restauração.
É tudo uma questão de xadrez político, colocando as peças certas, ditos peões, nos lugares certos para alimentar financeiramente os apetites vorazes e gananciosos. Vai daí, toca a impor como candidatos a presidentes de junta pelo PSD o fisioterapeuta, o empresário de viagens e o novel empresário da restauração. Tudo gente muito bem falante, culta, que sabem ler e escrever sem cometer erros ortográficos, super educados, é muito preocupados com a causa pública e o bem estar dos mais carenciados. Eles ficam noites em claro só pensando como vão resolver os problemas do povo…
E para dar força às escolhas, nada melhor que proporcionar umas valentes jantaradas, na garagem mais famosa do Funchal, a meia dúzia de jornalistas para os convencer da bondade das escolhas. Tudo com máscara e com distanciamento social. Depois da janta é tempo de encontrar virtudes, obra e qualidades nos escolhidos, apesar da inexistência desses requisitos nos mesmos, trabalho a cargo dos ditos jornalistas junto dos eleitores.
Nunes family transformou-se num case study, depois da publisher no “improvável”, do comentador e articulista jocoso no “JM”, eis que o pater famílias exerce o cargo de líder do clã dos renovadinhos do PSD. Que importante segredo guardará o influencer sobre o líder do PSD Madeira ao ponto de o ter conseguido subjugar?
Que Deus nos livre e guarde destas criaturas… para bem dos madeirenses.
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Enviado por Denúncia Anónima
Segunda-feira, 5 de Julho de 2021 09:54
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