Exposição de um funchalense sobre a sua cidade e a CMF

 

A nossa cidade quer se organizar como grande urbe em espaço muito exíguo que, na melhor das hipóteses, deve optar e não se armar com as soluções das grandes cidades porque atravanca tudo, carros, bicicletas e peões. Pior, se não servir os interesses das pessoas a cidade será muito gira para turista mas não haverá comércio ou habitação, as pessoas partem para onde é mais barato e funcional. A cidade está a ficar, para muita gente, um lugar que se evita na hora de expediente e que, no máximo, se visita esporadicamente para um evento em hora de lazer, porque não é funcional. Com a febre da construção de hotéis na baixa, fruto do êxodo ou falência do comércio, estamos a assistir à descaracterização da cidade do Funchal. O turista não se vem ver a si mesmo. A secretaria do Turismo e a CMF estão a fazer um péssimo trabalho nesta matéria e não bebem a informação sobre o que já acontece com outras cidades do país.

O Funchal tem variedade de relevo, predominantemente íngreme e as pessoas naturalmente escolhem o meio de transporte mais versátil e capaz de levar as crianças para a escola, carregar com as compras ou mochilas da escola, etc, levando e trazendo pessoas conforme a sorte da vida lhes destina a localização da casa e do emprego. Lamento, o carro na Madeira será vencedor, é preciso mudar para ambientalmente aceitável, contem com isso. Nem as variadíssimas experiências erradas servem de case study para os vindouros. Tiveram sorte do Continente e a Conforama tomarem conta do Park and Ride ...

Nas outras eleições, votou-se maioritariamente numa câmara para mudar e de facto mudou, passou para aprendizes em local de trabalho, bem remunerados mas pouco humorados, algumas vereadoras são umas bestas, outros são perfeitos inúteis para vazar expediente ou trato. Teimosos, surdos, deixá-los .. virão eleições. A câmara não deveria ser local de aprendizagem mas local para render. Nós estamos todos à espera que rendam mas, passados mais quatro anos, serão na maioria recambiados por outros que, agora sim, são competentes e que tu, para seres bom cidadão, só podes votar contra o Calado. Será? E o que vivemos não conta? Não temos que ser pragmáticos para obter soluções de gente capaz para as nossas vidas, em vez de aturar os combates políticos?

É inconcebível estar um ano à espera por uma licença para um pequeno arranjo em casa, naturalmente a menor exigência, como exemplo, mas desde logo também para construção de moradias, etc. Para depois vermos o miradouro da Conde Carvalhal? É inconcebível os dias e semanas para o arranjo de um derrame de água, normalmente pensa-se na rua mas pode ser dentro de blocos de apartamentos antes do contador. Não é aceitável que tendo só dois eixos viários transversais no Funchal, a Av. do Mar e a cota 40, se feche mais ruas para verificar o caos e a imobilização do trânsito, assim que uma fecha por alguma razão. Nada vaza. Nada se aprendeu com a emergência do grande incêndio nas serras em redor do Funchal. Não é aceitável fechar o túnel da cota 40 para colocar publicidade nas suas entradas ou se justificar sempre com o asseio. Está errado, porque noutros locais, sim porque há muito madeirense emigrado que compara, há outro respeito pelo "utente" da rua. Não é aceitável a recolha de lixo em blocos de apartamentos e moradias a altas horas da noite e madrugada, à luz do respeito pelo merecido descanso de cada um, dos seus turnos de trabalho e das responsabilidades, que precisam de seres descansados para não falharem, tudo à luz da Lei do Ruído que esta câmara não liga nenhuma, nem manda a polícia fazer respeitar, porque ela própria não respeita. Não é aceitável a demora nas obras de alguma rede viária destruindo a economia, é momento muito frágil de todos os empresários. Há pouco tempo a Estrada Monumental, mais próxima do centro, esteve meses em obras, agora volta a ser afectada pela malfadada ciclovia. Indivíduos que estreitam ou retiram faixas de rodagem necessárias para escoar trânsito, em zonas importantes da nossa cidade, como é a zona turística e que complicam as manobras de autocarros, sejam eles de turismo ou passageiros para disponibilizar ciclovias que, na esmagadora parte do tempo, estão vazias ou com peões a andar em cima. É estúpido se mandar preferir o autocarro e lhe dar cabo dos movimentos. Vamos para uma era de carros eléctricos e, numa cidade de forte relevo e íngreme, julgam que vão impor a bicicleta como forma de transporte. Nunca passará de manutenção do corpo e da alma em tempos livres e, neles, pegam na bicicleta e vão para a natureza e locais de ar puro.

Poderíamos estar aqui muito tempo comigo a enunciar razões mas quero terminar com o facto de, mais uma vez, a democracia nos apresentar "lixo" para votar, gente que se emprega e lixa o emprego aos outros, pela minha experiência fico em casa. Nada me motiva, emociona ou me faz tolerar. Cada um que retire as suas ilações, não se deixe convencer por mim. Sou um caso.

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Enviado por Denúncia Anónima
Terça-feira, 6 de Julho de 2021 23:12
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