Rui Alves é candidato ao Funchal


O telefone tocou na Redação do Correio da Madeira acordando os jornalistas idóneos. Do outro lado, uma voz que quis manter o anonimato, informou que o querido presidente ia anunciar dentro de minutos a sua candidatura à Autarquia do Funchal.

Sem tempo para pensar ou dar uma mijinha, os jornalistas saltaram para cima da Trotineta elétrica em direção à Quinta Vigia. Quando estavam a subir a Avenida do Infante, o único telemóvel do Correio da Madeira tocou outra vez mas desta era o Chefe de Redação aos gritos, a informar que não era esse o querido presidente mas sim o do Nacional!

Surpreendidos, os Jornalistas responderam que de trotineta nunca mais chegariam a tempo à Choupana pelo que o Chefe de Redação ofereceu-se para leva-los no seu novo BMW 750Li, curiosamente adquirido no dia em que começaram a aparecer artigos escritos por anónimos do PSD no Correio da Madeira.

Enquanto subiam o Caminho dos Pretos, em cima da trotineta rebocada pelo BMW, porque pata-rapada não entra no carro do chefe, os jornalistas estavam em estado de êxtase porque uma notícia daquelas era candidata, de certeza, ao ambicionado prémio Pullitzer.

Chegados ao Estádio da Madeira, o chefe de Redação cortou a corda que prendia a trotineta e foi-se embora. Os jornalistas idóneos, depois de revistados e feito o teste ao COVID com um cotonete no ânus, foram encaminhados por dois gandulos para o centro do relvado onde estava Rui Alves de pé numa pose mediática, com os braços cruzados, vestindo o seu melhor fato prateado à frente de um grupo de três Cheerleaders que entoavam “Girl on Fire” da Alicia Keys.

Terminada a atuação das conhecidas barmaids do Babel Diskool, o Presidente do Nacional agradeceu a presença do Correio da Madeira porque eram os únicos jornalistas presentes, lamentando a ausência da RTP-Madeira, do JM e do Diário que, como é público, são imparciais porque são do Marítimo.

O Presidente começou por dizer que venceu as difíceis eleições do Nacional com 71% dos votos depois de uma campanha caluniosa, o que demonstra que os sócios, acima de tudo, amam o presidente e que isso o motivou a ser agora candidato independente ao Funchal porque o Funchal também ama o Rui Alves.

Questionado sobre o seu programa para a cidade do Funchal, Rui Alves adiantou que era um visionário e que no seu programa está previsto ligar os 500 metros que faltam da Cota 500 ao Estádio da Madeira. Visivelmente feliz, acrescentou que iria propor um suplemento salarial de 500 euros a todos os funcionários da Câmara Municipal do Funchal e que, ainda, iria construir um Resort de 500 habitações sociais no Parque Ecológico do Funchal para os pobrezinhos. No que se refere à Cultura, o seu projeto para o Funchal incluía a oferta de 500 bilhetes para os jogos do Nacional com o “Vilafranquense” e com o “Casa Pia”. Está previsto o registo da marca RA500, mais cotada do que CR7, porque ele é Presidente e o outro era jogador.

Rui Alves concluiu que era um projeto arrojado e que iria ter o apoio do “Gel Efeito Molhado da L’Oréal”, do Nacional, do Marítimo, do União, do Andorinha e do Grupo Desportivo “Os Xavelhas” e possivelmente da cerveja CORAL, mas que eles ainda não sabiam.

Quando os jornalistas lhe perguntaram como iria vencer Pedro Calado, Rui Alves menosprezou esse facto e confessou, em off, que iria trazer 500 contentores de imigrantes brasileiros para votarem nele em troca da naturalização portuguesa.

Rui Alves terminou informando os jornalistas que depois de vencer o Funchal, seria candidato ao Governo Regional e depois à Presidência da República porque até os portugueses amam o presidente.