O vira-casacas do futebol

 

Exemplo vivo da promiscuidade, compadrio e oportunismo que reina na Madeira Nova
(Edificada por AJJ)

Vira-casacas: diz-se do indivíduo que muda frequentemente de opinião ou de ideias, in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa.

Promiscuidade: é um comportamento que viola o que é considerado moral. Mistura confusa e desordenada. Qualidade do que é promíscuo, in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa.

Vem isto a propósito das recentes eleições para o Clube Desportivo Nacional.

S egundo a imprensa local, nunca se tinha assistido a tão grande afluência de “famosos” ao referido ato eleitoral. Alguns por dever de lealdade, missão, solidariedade ou até mesmo por paixão clubística decidiram votar. Outros, não deixaram de constituir uma surpresa, pela constatação pública da existência de um conflito de personalidade.

Neste particular, temos como protagonista o dentista Pedro Nunes, até hoje suposto adepto confesso do Clube Futebol União. A sua presença no ato eleitoral do nacional, no qual exerceu o seu direito de voto como associado, trajando uma indumentária a querer parecer que procurava camuflar a sua presença, foi um ato de libertação do cativeiro desportivo que o mesmo tinha imposto a si próprio.

Desta forma, enalteceu uma espécie de bissexualidade assumida, passando a estar identificado com dois amores desportivos (o Nacional e o União). Um verdadeiro case study. 

Tratou-se de uma verdadeira emancipação desportiva, que se pega de moda, teremos em breve pessoas adeptas fervorosas do Benfica e do Porto, do Benfica e do Sporting, do Porto e do Sporting, quiçá mesmo do Marítimo e do Nacional. Uma verdadeira lição de moral protagonizada pelo dentista Pedro Nunes.

Certamente nem todos pensarão que o dentista agiu bem. 

Alguns más línguas, dirão que a forma como se assume à descarada este tipo de promiscuidade é revelador de uma anarquia total no campo dos princípios e valores que deveriam nortear a nossa sociedade.

Outros questionam se deixa dúvidas a alguém a gravidade da conduta do referido dentista e a promiscuidade entre os universos União da Madeira, Nacional da Madeira e RTP-Madeira - programa Prolongamento?  Pois, sendo comentador desportivo no programa da RTP-Madeira, foi apresentado ao povo como adepto confesso do União da Madeira, constatando-se agora que também é adepto confesso do Nacional da Madeira. Que pensar dos seus comentários desportivos? Uma espécie de “Maria” vai com todos.

Neste particular, devemos questionar a cumplicidade, permissividade ou promiscuidade reinante no referido operador televisivo, permitindo comentadores desportivos trasvestidos, autênticos camaleões, defensores de várias “damas”, num evidente conflito de interesses, defraudando a confiança dos telespetadores madeirenses.

Que interesses estão subjacentes à sistemática e fastidiosa presença secular dos mesmos comentadores desportivos no referido programa televisivo? Será que os jantares proporcionados assiduamente por um deles, na garagem da casa do seu pai, quer ao diretor de comunicação do clube submetido a eleições, quer ao subdiretor do JM, quer ao pivot do programa da RTP-Madeira, são geradores de laços inabaláveis de amizade, com retribuição nas escolhas que são efetuadas por aqueles?

Será por isso que a cara metade do dito cujo foi a convidada “improvável” para ocupar o cargo de “publisher da revista” do JM, apesar de não lhe ser conhecida qualquer experiência no ramo, pois quanto se sabe, a sua verdadeira especialidade é na área dos cuidados de beleza e do relaxamento corporal? 

Será por isso que o JM patrocinou o lançamento do livro da autoria do dito cujo “Da Boca P’ra Fora”. Será por isso que o subdiretor do JM o convidou para começar a escrever semanalmente no referido matutino, como referiu no dia 20/12/2019 na cerimónia de lançamento do livro da sua autoria. Será que a escolha de um dos atuais comentadores desportivos do programa Prolongamento da RTP-Madeira ocorreu apenas por ser sócio do diretor da RTP-Madeira? 

Ou seja, uma autêntica salada russa.

Mau caros leitores. Não acreditem em tudo o sai nos jornais desta terra. No backstage da imprensa regional existe muita promiscuidade, compadrio e interesses económicos. Existem alguns, poucos, jornalistas sérios que lutam diariamente contra este tipo de situação. Exemplo disso é o trabalho desenvolvido pelo Correio da Madeira, que constitui uma lufada de ar fresco na liberdade de opinião. Bem hajam. 

Vivemos numa Madeira podre, onde alguns jornalistas estão ao serviço de lóbis, procurando manipular a opinião pública. Temos o direito de exigir respeito pela opinião séria, transparente e desinteressada por parte daqueles que desempenham o papel de comentadores públicos. 

Democracia quer simplesmente dizer o desencanto do povo, pelo povo, para o povo.

Oscar Wilde.

Enviado por Denúncia Anónima
Quarta-feira, 2 de Junho de 2021
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