Madalena a sair do forno

 

E ra uma vez... Um sítio muito muito bonito. Situado à beira-mar, solarengo, com uma promenade a ser requalificada pelo Governo Regional.

Um Governo muito zeloso e amigo do seu povo. Um Governo que na execução do projecto de requalificação da frente mar decide encaixar um restaurante em cima de um parque de estacionamento público.

Preocupado com o bem-estar do seu amado povo, fazendo de tudo para que este possa desfrutar de uma boa mariscada junto ao mar, o Governo escolhe o melhor sítio da promenade, com um parque de estacionamento de muitas dezenas de lugares, para que este povo não falte aos muitos banquetes que se vão cozinhar.

Num mundo hipotético e decadente, o aparecimento desse restaurante seria a pedido de um amigo. Um amigo, também de cartão laranja, que já teria ganho o concurso antes de este começar. O mesmo amigo laranja que explorou na mesma localidade um restaurante oferecido em condições semelhantes. E que durante anos não pagou renda ao erário público porque o cartão laranja lhe permitiu a isenção. Para ele e para o Príncipe do Reino, o sócio-sombra do restaurante. A pareceria perfeita. Para entrar só com o cartão laranja. E mesmo assim não é garantido. É melhor fazer vénias ao Todo Poderoso Senhor.

Felizmente vivemos num Estado de Direito em que estas coisas não acontecem. Em que não existem concursos encomendados. Em que não são só os laranjas que ganham os concursos. Em que o cartão laranja não dá isenção de rendas. Em que o poder local não tem participação económica sombra em negócios locais.

Qualquer semelhança com a realidade, a existir, é pura coincidência.

Vitória vitória acabou-se a história.

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Enviado por Denúncia Anónima
Quarta-feira, 16 de Junho de 2021 23:02
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