Arraial em Ponta Delgada


C ontam os invejosos que há uns dias atrás houve um Arraial em Ponta Delgada cheio de gente gira e, como não estamos no carnaval, estavam todos sem máscara numa alegre copofonia. Se o facto de não se usar máscara não fosse suspeito e de não estarmos em agosto, o tal arraial de Ponta Delgada até passaria despercebido caso não se notasse a falta de convite ao Padre e do Diabo ser o festeiro, tudo seria apenas um miserável pormenor.

Não há nada de ilegal em construir uma casa e aumentar o património pois o próprio legislador evita decretar sobre o enriquecimento ilícito. Veja-se só a dificuldade que a Assembleia da República tem em encontrar consensos para legislar sobre os que gerem os dinheiros públicos.

Não vale a pena chorar sobre o leite derramado pois todos sabemos que nenhum Tribunal do mundo irá condenar alguém de receber um presente mas, isso não inibe que o simples cidadão que paga impostos, se questione porque é que um grande construtor contrata um subempreiteiro e ofereça os materiais para construir uma casa a alguém apenas pela cor dos olhos. 

Nos dias que correm, é considerado corriqueiro que alguém que dê de ganhar milhões às construtoras aufira de uma comissão do negócio em forma de oferta, por isso não se percebe porque é que há pessoas más que, por pura inveja, levantem sempre suspeitas de peculato, favorecimento e tráfego de influências a quem enriquece com a política.

Se bem que por norma se saiba que onde há fumo há fogo, esta prática é utilizada para enriquecer os mesmos e, fora da alçada da Lei. Nestes casos, o terreno e a Licença de Construção estão em nome de um desconhecido que nem dinheiro tem para um saco de cimento e que depois simula uma doação ou venda, a preços muito abaixo do mercado, ao verdadeiro dono ou a gente muito próxima. Onde já vimos isto? 

Nisto tudo ficam mal na fotografia o Ministério Público e a Autoridade Tributária que, não se preocupam em investigar a origem do dinheiro de muito património que cresce a olhos vistos, sem qualquer justificação. A cegueira é de tal ordem, que o imóvel é avaliado a preços de Palheiro para que o prevaricador não pague muito IMI. Coitado, afinal ele é um reles funcionário público e ganha uma miséria!

O problema é que a Lei, com a reconhecida falta de meios, está tão ocupada em julgar apressadamente um criminoso que é apanhado a roubar um litro de leite para alimentar um filho, que esquece-se dos que roubam milhões. Sabe-se que é mais lesto para um Juiz julgar um desgraçado do que se sentir inumado num imbróglio de um processo que sabe que se vai arrastar por anos a fio.

Enquanto muitos vivem uma vida inteira para conseguir comprar um carro ou um apartamento, outros conseguem aumentar o seu património sem brio ou esforço. O único esforço de muitos deles é abanar umas bandeirinhas partidárias, serem eleitos e depois ficarem sentados à espera de que alguém precise deles para ganhar dinheiro.

Sentem inveja? Estudassem! O problema está no "subsídio social".

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Enviado por Denúncia Anónima
Quarta-feira, 23 de Junho de 2021 08:10
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