A tentativa de agressão ao património natural classificado pela UNESCO demanda o nosso mais vigoroso repudio. Esta organização solicitou a UNESCO, diretamente a sua Diretora Geral Mme. Audery Azoulayo desenvolvimento das ações necessárias para a Declaração da Floresta Laurissilva da Madeira Como “Bem Natural Classificado em Perigo”
Igualmente fez circular por um conjunto de entidades à escala Europeia e Mundial os conteúdos dessa solicitação.
As principais entidades foram as seguintes;
Comissão Europeia, Secretário-Geral das Nações Unidas, Presidente da Republica Portuguesa, Vice presidente executivo da Comissão Europeia responsável pelo Pacto Ecológico Europeu, Comissario Europeu do Ambiente, Oceanos e Pescas, IUCN, Unesco World Heritage Convention, Agência Europeia do Ambiente, Foundation for Environmental Education, WorldWide Fund for Nature e ao Ministério do Ambiente e Transição Energética.
Esta é uma classificação prevista na Convenção onde se encontram listados outros sítios património mundial.
Esta mudança de estatuto determinará outro tipo de atenção e enquadramento de gestão por parte da UNESCO que por intermédio da IUCN, União Internacional para a Conservação da Natureza desenvolverá abordagens e auditorias especificas a todos os aspetos de gestão deste bem classificado.
O acompanhamento técnico será mais próximo e seletivo.
A atenção às ameaças receberá outro tipo de tratamento e a entidade gestora fica sobre escrutínio direto da UNESCO (IUCN) e numa escala internacional.
Perder a classificação atual de “Bem Património Mundial Excecional” é um risco, mas, evitá-lo é responsabilidade da entidade gestora deste sítio classificado pela UNESCO, neste caso o conhecido Instituto das Florestas e da Natureza da Secretaria regional do Ambiente.
A Floresta Laurissilva da Madeira, não é um “bem” disponível e materialmente manipulável em função dos interesses de Autarquias ou do Governo Regional.
É um bem nosso, mas comum com toda a humanidade.
Partilhamos uma responsabilidade enorme e de escala global. Considerar que este pedaço de Floresta Laurissilva ou qualquer outro “pertencem” a “donos” ou Morgados é uma falácia.
“Querendo ou não querendo”, o presidente do governo regional tem e deve cumprir com as convenções internacionais e com os compromissos do seu governo para com as entidades classificadoras e contribuintes para a sua manutenção.
A floresta Laurissilva não lhe pertence, ou então, assuma a sua desclassificação como património da humanidade, “quer queira quer não”, as suas responsabilidades políticas e sociais são suas. E a nossa História o julgará…
Os valores que representa a Floresta Laurissilva da Madeira equiparam-se aos de outros sítios classificados pela UNESCO tais como as Ilhas Galápagos no Equador, os pântanos Everglades nos Estados Unidos ou o Parque Serengeti na Tanzânia, é impensável que nessas áreas classificadas acontecer semelhante “criminosa” agressão como a que se pretende para a Laurissilvada Madeira.
Estas relíquias patrimoniais naturais enquadram-se num conceito de arquitetura ecológica mundial, são base e fundamento de uma economia humana próspera e assente em valores de proteção do planeta e da qualidade de vida de todos os cidadãos a escala global.
Não podem prevalecer interesses mesquinhos numa região nobre e com uma história tão ilustre e pródiga como a Madeira.
Outras agressões acontecem neste preciso momento no interior do perímetro classificado como Floresta Laurissilva. A 1000 m do local onde nos encontramos uma desmatação total de mais de 20000 m2 de floresta está a acontecer.
Também esta ocorrência está identificada no nosso pedido de declaração de “bem património mundial em perigo”
O Plano de gestão da Floresta da Laurissilva permite fazer e aceitar tudo o que se queira no interior da Laurissilva.
Tal plano e regras de gestão contradizem a Convenção da UNESCO e demais legislação Europeia e Portuguesa.
Tal plano de gestão da Floresta Laurissilva, (POGFL-Plano de Ordenamento e Gestão da Floresta Laurissilva) não passa de um instrumento falacioso e daninho, pois permite estas agressões.
Um simples parecer pode cancelar todos os compromissos internacionais e nacionais.
Impossível…!
A DPFL - Associação Cívica para a Defesa e Proteção da Floresta Laurissilva,desafiará judicialmente este “instrumento” de gestão assim como igualmente o denunciará a UNESCO e ao IUCN
A Secretaria do Ambiente e Recursos Naturais e o seu Instituto têm que assumir praticas limpas e transparentes de gestão e boa governança do nosso património natural, seja aqui na Laurissilva, seja em tudo o restante território classificado ou com estatuto de conservação.
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