O erro de avaliar pelo seu estatuto

 

À parte do excelente trabalho de fiscalização e de denúncia que a JPP está a fazer desde a ALR ao Governo Regional, por ventura pela primeira vez desde a existência da Autonomia e a um nível com resultados satisfatórios, talvez seja de equacionar do porquê que tendo este trabalho meritório, o seu partido tem vindo a descer nas eleições regionais.

Talvez tenha uma pista para lhe dar. Para começar é um partido "familiar", sem muita vontade de crescer para manter as coisas controladas e, tal como no futebol, quem joga para o empate perde. O deputado da JPP, que deu a cara no caso da queixa que levou a buscas na vice-presidência, tem estatuto e imunidade para dar a cara. Mas agora coloque-se sob o ponto de vista de um funcionário público, que sabe que está a ser instrumentalizado, que vê ilegalidades e até crime, que participa sem querer em "malabarismos" do governo no desempenho das suas funções e, não consegue "fugir", porque precisa do ganha pão para levar para casa.

Estamos num tempo mau de desemprego e com provas de como actua o governo, perseguindo as pessoas com valores em vez de meter na ordem os prevaricadores. A comparação que lhe posso dar é a do funcionário que rouba a pedra para o patrão. Se ele acusar ou se negar, qual é o seu futuro? A JPP dá emprego? Por isso, não faz mais do que o seu dever enquanto representante do povo e estou, e penso que estamos todos nós os seres decentes desta ilha, agradecidos. Mas imagine mais uma coisinha, imagine que esse tal funcionário público topava esquemas e ia a Quinta Vigia denunciar, o que lhe acontecia? Mesmo que fosse ao mesmo lugar onde foi o senhor deputado, qual era o fim do funcionário público? Penso que não é preciso fazer um desenho para alcançar o que estou a dizer. Se há coisa que os anónimos cleptocratas adoram é ver os coelhos fora da toca.

O deputado deve se cingir e respeitar as circunstâncias dos outros porque, com um boca gratuita, estraga uns bons votos, transforma um bom momento numa situação eleitoralmente inócua. Se as instituições funcionassem e não estivessem minadas pela política, nada disto acontecia. As pessoas adaptam-se e usam as armas que têm. Se na Segunda Guerra Mundial a resistência desse a cara hoje ainda teríamos o Reich ... coisa que vai crescendo por cá, com aqueles seus amigos loucos para o substituir. Percebe-se que anda distraído mas, não estou aqui para o iluminar, só alertar. Talvez deva respeitar o estatuto, a imunidade, a dotação financeira ao grupo parlamentar e o vencimento que os outros não têm para se aventurarem numa autentica ditadura que é a Madeira.

Que seja bem sucedido, quando o povo ganhar confiança vai lhe fazer chegar muita matéria para denúncias de dar a cara. É que, até agora, olhamos à volta e não confiamos em ninguém. Tudo minado.

A propósito, belo exemplo, quando deitam a mão aquele professor do Curral quando o Supremo tribunal Administrativo já deu o veredicto final? Já viram esse exemplo? Que continua tudo na mesma e com mais perseguição sub-reptícia? O partido que intervir tem trigo limpo mas ninguém se mexe. Representam ou não o povo, e o seu colega professor e outros no parlamento, já fizeram alguma coisa? Nem que seja por solidariedade profissional.

Cada peça tem o seu lugar e movimento no xadrez.

Enviado por Denúncia Anónima
Sexta-feira, 14 de Maio de 2021
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