Governo lixa o poder de compra mas não apanha os ladrões

 

Bom dia Correio da Madeira. desejo ver este artigo publicado. Obrigado.

A nova legislação fiscal (link) põe fim à isenção de IVA nas compras extra comunitárias até 22 euros a 1 de julho de 2021. A piada disto é que é uma data adiada por 6 meses porque a Comissão Europeia (link) achou inconveniente atendendo à crise sanitária. Esta constatação diz-me que a Europa é incapaz de "auto-abastecer-se" de alguns bens de combate à pandemia e então concede um adiamento. Ainda mais piada tem o facto de, em muita área, ser assim e é o consumidor final que paga as "culpas". As compras online foram uma forma de evitar contactos e abastecer-se de bens localmente em falta na fase aguda da pandemia, nunca se esqueçam.

A China não é só a fábrica do mundo, sabendo evitar as "fancarias" também tem preço. É através das plataformas de vendas online que verificamos o que equivalem os impostos e os intermediários nacionais no verdadeiro valor dos produtos que nos vendem, localmente mas, também se pode ver espertalhões a fazer sites intermediários a meter brutas margens com o engodo dos descontos.

Conclui-se que isto é uma selvajaria mas, os casos não se ficam por aqui. O consumidor, até agora, sujeita-se a um largo tempo de espera pelo seu produto comprado online (quando da China) porque vem por correio comum (normalmente), para garantir o preço. Compensa a espera porque com o poder de compra que tem, o consumidor ajeita a sua vida com o dinheiro disponível. É esta a razão principal, se bem que encontrar variedade é outra condição importante.

As compras online são uma forma de acelerar o desenvolvimento ao contrário do que se pensa ser fuga aos impostos. O que se pode comprar com 22€? Muita coisa que dá jeito ao núcleo familiar, não para investimentos. Portanto estava-se a cuidar da população. Claro que esta é encarada a fio de espada até 22€ mas, todos aqueles que minam a receita fiscal em milhões nada se faz. Isto é bárbaro. Forte com os fracos e vista grossa com os grandes ladrões das praças financeiras, da banca, dos DDTs que fogem a impostos ou responsabilidades na segurança social, políticos corruptos, etc. Esta medida faria sentido se do outro lado observássemos idêntica acuidade. O consumidor final, anónimo e saco de pancada, serve uma vez mais para ir buscar dinheiro para o Estado não se tocando nas gorduras e nos verdadeiros criminosos fiscais.

A alteração nesta matéria sempre mas especialmente agora é mais uma machadada no orçamento familiar na pandemia e no pôs pandemia, onde todos sabemos que a larga maioria está a receber bem menos ou a não receber remuneração.

Resumindo, assim se resolve dois problemas a nível nacional, a necessidade de colmatar a falta de receita fiscal pelo momento de baixa da economia e pelas fugas, mas também dos Correio de Portugal que, desde a sua privatização, não entende que deve prestar melhor e mais célere serviço. Mata-se o consumidor e salvam-se os incompetentes. Os verdadeiros ladrões são sempre intocáveis. Já bastava os CTT a desaparecer com a mercadoria, aos consumidores finais e aos profissionais. Muita webcam da China deu e recebeu aulas ... quando o Estado falhou e os preços eram exorbitantes por abusos.

Enviado por Denúncia Anónima
Terça-feira, 4 de Maio de 2021 11:26
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