Correio da Madeira foi alvo de buscas


E ram quatro e trinta e oito da madrugada quando a campainha tocou e, o único jornalista idóneo do CM que não estava ganzado, foi abrir a porta julgando que era o gajo das pizzas que se tinha levantado cedo para cumprir o confinamento de Miguel Albuquerque. À porta estavam quatro Procuradores, dois Juízes e uma equipa de 40 elementos da Polícia Judiciária que irromperam pela redação armados com Glocks e coletes à prova de bala.

O mandato de busca assinado por um Juiz de Instrução da comarca de Alverca autorizava a busca e a apreensão de todos os elementos de prova que indiciassem o crime de violação da Liberdade de Expressão.

A Operação denominada “Limpem-lhes o cebo!” era o culminar de uma investigação que já durava há vinte anos e teve origem numa denúncia anónima efetuada em 1982, por um conhecido militante do Partido Democrático do Atlântico agora militante do PSD-Madeira no exílio.

Segundo um dos Procuradores e uma das Juízas podre de boa que encabeçavam a busca, o Correio da Madeira era suspeito de incitamento à violência, terrorismo, tráfego de estupefacientes, associação criminosa, burla agravada, peculato, lavagem de dinheiro e Cyberbullying a diversas figurinhas fakes do PSD no facebook.

No meio da confusão, o Chefe de Redação que estava barricado no seu gabinete, ainda teve tempo de engolir duas folhas A4 com os nomes dos informadores secretos do CM mas, os inspetores depois de manietar o criminoso, conseguiram extrair dois nomes de ilustres militantes do PSD do bocado de papel que tinha ficado preso na placa dentária.

O único jornalista meio maricas do CM, responsável pela rubrica “Desporto & Lazer” do CM, confessou logo que não foi ele que encomendou o enxerto de porrada no Presidente do Nacional efetuada por dois pesquitos em 2014, porque nesse dia estava a ver com a mãe a série juvenil “Power Rangers” na TVI.

Após sete horas de buscas infrutíferas nos discos encriptados de 20 Megabytes dos dois únicos computadores do CM que ainda funcionam, os responsáveis pela Operação “Limpem-lhes o cebo!” decidiram constituir Arguido um dos jornalistas por ter no seu Iphone cinco fotos da Sara Sampaio nua, por estas serem grandes indícios de pedofilia. Além do Iphone, a PJ aprendeu ainda uma jarra de rosas oferecida por uma Quinta de São Jorge, um bilhete de 2012 só de ida para Portimão no Navieira ARMAS e dois pneus slick por serem provas de crime de corrupção passiva.

E como a sorte bafeja os audazes, quando a investigação do Ministério Publico terminar entretanto, a Sara Sampaio já será avó de quatro netos, o ARMAS já é do Sousa e o CINM já não existirá pelo que os crimes provavelmente vão prescrever.

Para gáudio dos jornalistas, os Procuradores deram por terminada a busca e partiram sem descobrirem a PEN com as 5230 faturas das obras do “Cuba Livre” e as 120 doses de cocaína sorrateiramente escondidas nas rodas da trotineta elétrica.