P rofeticamente, Miguel Gouveia apresentou ontem o projecto "Solidão e Solitude" a ser incluído na programação da candidatura do Funchal a cidade capital da cultura 2027.
Ou Gouveia está distraído, ou mal aconselhado, ou gosta de gozar com a sua própria tragédia.
Gouveia faz uma gestão da câmara sozinho ignorando os outros vereadores. Apenas ocasionalmente com a presença do vereador único Ruben Abreu, seu amigo pessoal a quem foi buscar no fim da lista de suplentes. Não consegue também formar equipa de presidentes da junta nem sequer um candidato credível ao prestigiado lugar de presidente da assembleia municipal. Apresentar nestas condições um projecto sobre a solidão seria de rir, se não fosse trágico.
Assiste mudo, porém cúmplice, à guerra aberta no Bloco de Esquerda, instrumentalizando a vereadora Dina Letra que, se não consegue dirigir os seus pelouros, ainda menos conseguirá ser coordenadora dos bloquistas. Veremos se ganhará Letra ou Paulino. Se for o ex-deputado a vencer a peleja interna do Bloco, nem sequer Coligação Confiança existirá em volta de Gouveia.
O projeto de candidatura do Funchal a cidade capital europeia da cultura já nasceu cambado, com a destituição do primeiro comissário, o maior vulto vivo da cultura madeirense, Rigo 23, substituído por uma associação presidida por uma ex-companheiro de lista de Gouveia, a quem a câmara já adjudicou um contrato cujos os encargos são o triplo do que cobraria o artista plástico.
Além do Funchal, por Portugal já apresentaram candidaturas as cidades de Coimbra, Braga, Leiria, Faro, Viana do Castelo, Évora, Aveiro, Guarda e Oeiras.
