T enho pensado nestes dias sobre a qualidade democrática de cada indivíduo. Tudo começa por mais cordialidade, respeito, acabar com os decibéis e o chico espertismo, respeitar o eleitor e não os interesses pessoais. Uma verdadeira utopia para um ambiente tão crispado e desmazelado.
Tudo é utópico porque divergimos muito durante décadas. Isto não era para ser assim mas o poder sobe a cabeça e com ele a arrogância, o exibicionismo de força e da lei para os outros. Somos tão poucos e com Autonomia, não conseguimos construir a Suíça do Atlântico, quisemos a Singapura, é melhor para as obras mas acabamos na chafurdice em bicos de pés.
Sou capaz de apostar que poucos ouvem enquanto desejam que chegue à sua vez de falar, portanto é conversa de surdos. Não sei como uma deputada que não deixa ninguém falar num debate quer ser ouvida. Um deputado conhecido pelos insultos querer ser respeitado. Um governante que não liga nenhuma ao continente queira receber um telefonema com problemas resolvidos mas, sobretudo, não ser exemplo e ter um compêndio de justificações e esperar que os adeptos do Sporting não exijam também a sua vezinha de excepção. O GR autoriza tantas vezes a sua desautorização, e é preciso perdoar porque não há moral nem exemplo. Desconversa-se e já passou. Há piores momentos que merecem demissão e passam.
As massas absorvem e replicam. Ser líder é ter responsabilidade do exemplo e zelar pela eficiência, a legalidade e o mérito. Se assim não for isto torna-se um curral de cabras e, se soltas a cancela, ainda pior. Nestes últimos dias tenho apreciado o fel do poder a chegar ao CM e só espero que não afugente aqueles que escrevem textos de profundidade inesperada, a dar baile aos jornais, com assuntos interessantes em vez de usar um escaparate para o produto ser comprado. E por favor, não me tirem esse humor típico de CM, o Madeiralex da Autonomia.
Que cada um não exija criar um JM para si no CM, se calhar é a qualidade democrática de cada um que deve ser revista, cumpramos (sem cartaz) de forma efectiva a democracia e o respeito. Acham que aquele fel leva vantagem? Retirem prazer em desmanchar incompetentes com factos mortais, delicadamente.
Por estes dias, alguns se ofenderam porque a ideia de posse desmanchou, só existe democracia com a partilha. Para se ter sucesso é necessário haver derrotados. Nada como surgir o célebre contraditório para sentirmos o prazer de provar que somos melhores. É a selecção natural, o contrário é simplesmente desejar a posição errante do outro porque para mim já passa a ser bom. Que egoísmo. Vamos ganhar com elegância, recusemos entrar na pocilga que nos armam.
