Termómetro CM

 

E ram onze da noite e o Chefe de Redação do Correio da Madeira estava para o diabo o levar. O Diário tinha feito uma grande sondagem sobre os candidatos à Autarquia do Funchal, o JM tinha inventado um tal de barómetro que ninguém sabe o que mede, e até à data o Correio da Madeira, que é o jornal mais lido do Ilhéu do Lido, ainda não tinha nada que pudesse manipular aos seus inúmeros leitores.

Foi então que o Chefe de Redação ordenou que os jornalistas idóneos do CM tinham uma hora para trazer uma sondagem honesta e fidedigna dos dois principais candidatos à Autarquia do Funchal. 

Como ideias não faltam aos irreverentes jornalistas do CM, vestiram umas cuecas de fio dental, ligas brancas, um soutien de renda branca almofado, uma bata branca, pintaram os lábios com a mesma cor do batom da Augusta Aguiar, montaram todos na trotineta elétrica e foram a casa de Miguel Gouveia disfarçados de enfermeiras louras do SESARAM.

Depois de bater vinte vezes à campainha de Miguel Gouveia, este apareceu à porta vestido com um pijama do Super-homem. Miguel Gouveia foi logo informado pelas enfermeiras do CM que por causa da pandemia da COVID-19 tinham de medir a temperatura dos candidatos com barba à Autarquia do Funchal. 

Miguel Gouveia que ainda não está oficialmente vacinado, muito amavelmente acedeu em nome do interesse público que as enfermeiras do SESARAM lhe medissem a temperatura. Sem perder tempo as enfermeiras meteram o termómetro no rabinho do candidato e trinta minutos depois, com as calças nos joelhos, Miguel Gouveia que é muito perspicaz e inteligente, apercebeu-se que uma das enfermeiras do SESARAM tinha barba. Revoltado por não ser o único com barba, correu a pontapé os jornalistas que para não perder tempo montaram na trotineta elétrica e foram a casa de Pedro Calado.

Dez minutos depois tocaram à campainha e Pedro Calado veio à janela abraçado a duas louras do POT-Programa de Ocupação Temporária de Desempregados do Instituto de Emprego da Madeira. 

As falsas enfermeiras do CM explicaram ao Vice-Presidente que no cumprimento do Ajuste Direto do seu próprio Plano de Recuperação e Resiliência, o SESARAM, ao abrigo do seu Ajuste Direto de 30 milhões de euros financiados pela Comunidade Europeia, estava a medir a temperatura dos membros do Governo Regional para despiste do vírus SARS-COV 2, 3 e 4. Depois de alguns palavrões, que recusamos transcrever, Pedro Calado lá abriu a porta, nu como veio ao mundo.

Entusiasmado com as dez enfermeiras louras podres de boas do CM e depois de um considerável suborno, Pedro Calado acedeu que se medisse a sua temperatura retal. O que ele não sabia é que com a pressa, os jornalistas tinham-se esquecido do termómetro no rabinho do Miguel Gouveia pelo que tiveram de utilizar o manípulo da trotineta como termómetro.

O tempo passou e, quatro horas depois, os jornalistas regressaram à Redação do Correio da Madeira com os resultados da sondagem aos candidatos.

Resumindo, Miguel Gouveia tinha ficado a frente com 40.6ºC das preferências do eleitorado e Pedro Calado muito perto a 39.3ºC. O RIR, que nem sequer foi sondado por andar ainda a fotografar caixotes do lixo, ficou no último lugar com -0.1ºC 

Para dar um ar sério à sondagem, o CM informa que a mesma foi efetuada por entrevista presencial à boca das urnas, a 175 mil eleitores do Funchal em que apenas dois responderam “Não sabe/Não responde” e que o erro desta sondagem foi de 92%, num intervalo de confiança de 123%.

NR: As nossas desculpas aos profissionais de enfermagem que lutam todos os dias pela nossa saúde mas, saibam que o termómetro no rabo dos políticos é como refresco para nós!