O PSD "assemblou" um elenco para destonar Miguel Gouveia. Se a eleições fossem para a capa central da “Fiesta”, ganhavam logo sem precisar de contabilizar 110% do eleitorado como nas repúblicas das Bananas. Ficam todos bem num cartaz, num fotografia que regista caras, mas não corações.
A lógica é apresentar uma equipa experiente ao nível da administração pública, local e regional, e com passado na Câmara Municipal. Isto só parece lógico a quem chegou à Madeira na semana passadae que nem aceleras pode conduzir. Em primeiro lugar, toda a gente sabe que o Bruno Pereira só lá está para simular um apaziguamento das fações internas. Foi escorraçado por Albuquerque depois não o ter apoiado no partido e, na altura, abandonou a vereação. Certamente não esperava que o ex-autarca sucedesse a AJJ, e muita sorte teve em ter sucessivos cargos de prateleira. Antes da queda do Jardinismo concorreu à CMF, o povo funchalense mostrou que não queria a sua continuidade. Não me parece que tenha granjeado opinião diferente nestes oito anos.
O Pedro Calado é um dos grandes responsáveis pelo descalabro financeiro da CMF, deixou-a endividada e agarrada ao Programa de Apoio à Economia Local (PAEL), quando a abandonou. Grandes jogadas com swaps, relembremos. Depois foi convidado para integrar o primeiro Governo Regional de Albuquerque mas, à última da hora, cortou-se e foi trabalhar para o grupo AFA. Onde passou por vários cargos, sendo o último a gestão do JM Madeira, antes de entrar a meio do mandato para o executivo de Albuquerque. Aparentemente as coisas estavam mal e criou-se a vice-presidência absolutista para resolver todos os problemas. Pode-se dizer que os resultados foram na melhor das hipóteses, comedidos. Exceto para o grupo AFA, claro. Choveram adjudicações, à revelia do Tribunal de Contas. Tendo-se mantido no elenco de Albuquerque, conspurcado pelo lastro centrista a quem teve de dar tachos e fundos comunitários, está disposto a saltar fora para abraçar a Câmara Municipal do Funchal. É uma filosofia de compromisso dinâmico.
Que dizer dos vereadores laranja que se esforçaram tanto para empatar “a Confiança” nas reuniões de Câmara? Então não tem valor o Dr. Jorge Fernandes, o Arqº Elias e as outras sombras para integrar o executivo? Será falta de confiança política ou atestado de incompetência? Talvez com o teletrabalho não precisem do estacionamento grátis.
Uma coisa é certa: cães que ladram não mordem (o osso suculento).
O sexteto do PSD não funciona no governo regional, não funcionou na Câmara do Funchal e o munícipe já os chumbou antes. E o bolor alastra.
