P ublicado que está o terceiro episódio da série on-line "Evocação da cerca sanitária de Câmara de Lobos", com início no dia 18 de Abril de 2020, é justo e de grande valor a atitude de várias entidades e acima de tudo do Presidente da Assembleia, o Dr. Manuel Pedro Freitas, vir louvar a forma heróica como a população câmara-lobense cumpriu e ultrapassou essa medida de isolamento extremo. Que tal atitude também louvo.
Gostava de ainda, um dia, ver de alguém com responsabilidade num qualquer órgão no Porto Santo, ter o mesmo gesto, de exaltar a forma ainda mais heróica com que os portosantenses enfrentaram a sua cerca sanitária, a mais dura e cruel que pode ser imposta, ainda por cima sem casos positivos de Covid-19. Uma população que se viu privada de ligações aéreas (a Binter pisgou-se para casa, nas Canárias), e para uma deslocação à Madeira só com documento do Delegado de Saúde a atestar a urgência de consulta ou tratamento inadiável, sem tal documento a Porto Santo Line não vendia bilhete.
E assim se manteve uma população em cerca sanitária, confinada às paredes das suas residências com fiscalização apertada a todo instante pela PSP (que cumpriam o determinado pelas hierarquias), durante meses e não por alto número de casos, sem existir sequer a possibilidade de transmissão do exterior. Simplesmente porque não entrava nem saía ninguém na ilha nem por estradas, veredas, ar ou mar.
Que adjectivos podemos usar para qualificar aqueles resistentes residentes, encarcerados numa ilha cercada por mar (tipo Alcatraz). Pode ser que mais em vésperas de eleições alguém se lembre do merecido elogio publico.
Bem haja o Sr. Presidente da Assembleia Municipal da Autarquia de Câmara de Lobos Dr. Manuel Pedro Freitas pelo gesto.
Pelo mapa se poderá concluir que a cerca daquelas gentes não é nada de novo, e todos os anos estão um pouco cercados. Mais rígida a cerca tem sido sim devido ao Covid-19.
