P or cada vez que surge a comunicação social do continente, seja ela revista, jornal ou TV, com casos da Madeira, que nós conhecemos ou suspeitamos, é um duro golpe na imagem da comunicação social local. As notícias para os madeirenses até podem parecer toscas porque para nós pouco acrescenta mas institucionalizam a ideia que por cá não foram capazes de dar. Nesses momentos costumam surgir os gabarolas que denigrem esses trabalhos ou desvalorizam mas, o facto é que gente tão boa não se chega à frente no clima de intimidação que existe na região e, a sua atitude de desvalorizar, não é mais do que uma reacção para se sentirem melhor depois de terem falhado.
Quando digo notícias toscas, tem a ver com a aparência pueril de quem liga A com B e produz notícia, perante pessoas que vivendo cá vão ouvindo toda a sorte de asneiradas, para não dizer crimes, em total impunidade, factos tão costumeiros que as pessoas já nem notam que configuram um transgredir da lei. A falta de quem dê a outra parte durante as mesmas décadas do poder criou uma ideia errada de jornalismo tal como existe a de governação, de parlamentarismo, de justiça, mas sobretudo que dizer a verdade não é atentar a honra ou denegrir, é a verdade. Muitas vezes escamoteada no parlamento assistido por leis ou no jornalismo ao serviço dos beneficiários do clima.
Se nós por cá vamos percebendo a enorme quantidade de jornalistas vendidos a defender capelinhas de interesses, criticar quem faz jornalismo no continente é cúmplice da situação da Madeira. É um pouco o que acontece na Justiça onde muitos querem se ver "servidos" no continente por acharem que obterão melhor justiça. O que temos de incentivar é pedir mais e melhor e até enviar dados e dicas.
Por fim notar um facto curioso, já repararam como as redes sociais estão ávidas de justiça e correcção, de como aderem e comentam? Está aí um filão mas todos os que podem mudar alguma coisa preferem, na Madeira, ficar na redoma. Por vontade local nada vai mudar? O arrojo é nenhum.
