O futuro negro dos nossos carros

 

N uma notícia de duas páginas, que parece peta do 1º de abril, o JM informa sobre os novos carros com alcoolímetro. Avaliam se o condutor está com excesso de álcool para dar ou não ignição no carro. São duas páginas a menos para não falar da máfia. Mas depois até achei o artigo interessante mas pus-me a pensar em vários inconvenientes e de como os políticos davam a "volta" ao carro.

Estamos mesmo a ver que os políticos em carros destes, vão aldrabar tudo, vai haver grande frustração nos construtores, com certeza não vão pensar em tudo. Por exemplo, por necessidade de conviver com os eleitores, imagine que o político e governante acaba por beber tipo barraquinhas da festa do Chão da Lagoa. O que poderia fazer? Simples, levaria a esbelta secretária escolhida por todos os predicados, menos as notas escolares, e diria: - querida assopra. Quem consegue resolver todos os bem bebidos a descer da festa do Chão da Lagoa deve-se rir.

O que era verdadeiramente interessante era os "carros pretos" virem com cadeira ejectável de corruptos. O veículo ao analisar uma acção governativa lesiva dos interesses do povo, do erário público e a transgredir a lei efectuavam, de preferência numa ponte, a ejecção do banco do dito cujo, tal como os aviões caça, mas sem paraquedas.

E o que dizer dos carros de jornalistas vendidos, prémio de ajuntamento à máfia e não de rigor informativo? Onde está a aplicação para estes casos irem a pé em vez de gozar o carrão da "venda"?

Essa de parar automaticamente no sinal vermelho não acho boa ideia, porque eu, que não sou de ir às meninas, ainda passo à frente de uma casinha delas e o carro pára com a lâmpada vermelha e é aí que as bilhardeiras todas da zona vão dizer à minha mulher, e um cidadão honrado passa por um putanheiro.

Já a melhoria da visão dos ângulos mortos é excelente, se o Ivo Rosa tiver um carro destes e levar o mega-processo Sócrates a bordo, o carro detecta todos os ângulos mortos, vivos e omissos, já não prescreve tanto.

Quanto ao gravador de dados, tipo caixa negra dos aviões em caso de acidente é mau-mau, se um Governante já de si um acidente democrático tem um carro destes como é que ele vai se comportar? Nunca arranca? Bem diz o meu amigo, quanto menos electrónica menos vezes na oficina.

Mas os problemas são um atrás do outro, câmaras para avaliar o condutor em caso de sonolência? É muito inconveniente, nem toda a sonolência é sono, pode ser só bocejo, só faltava estar atrasado e aparece o Pedro Ramos, o Eduardo Jesus ou ainda pior a Susana Prada a falar na rádio, como é? Só arranca no fim do noticiário?

O sistema de aviso sobre peões e ciclistas na estrada, especialmente nas curvas é outra ideia tonta, é que eu posso passar em frente a Assembleia ou a Quinta Vigia e querer mesmo atropelar, já não mando no que é meu? Estou indignado com o "especialmente nas curvas", como é? Agora quando passa uma beldade é o carro que trava para se babar em vez de ser eu a assobiar? E vai haver carrinhas destas para pedreiros?

As câmaras de assistência de marcha atrás é mesmo obrigatório? Quem disse que agora têm que dar vista ao olho de trás? Quem quiserem atracar de popa não pode ser de surpresa? Há aqui matéria para impugnar, o Bloco de Esquerda resolve isto. Estes carros podem ser um inferno para aquele género das letras todas, ainda salta o banco como se fosse político corrupto.

É agora que vou arranjar o meu clássico! Meu querido, amo-te. Esta noite não durmo com o futuro negro dos veículos.

Enviado por Denúncia Anónima
Segunda-feira, 19 de Abril de 2021
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