O "caso" UBER


Boas a todos.

Sou anti-PSD-m, sou de esquerda, nem o PS me agrada. Que isto fique bem claro.

E m relação à situação da UBER, não sejamos ingénuos. O que não falta são papagaios pseudo-doutrinários em relação a esta questão. Isto advém da Economia da Partilha, uma onda que começou há uns anos e ainda não está devidamente regulada. Vejam que só passados muitos anos (e lucros) de actividade é que exigiram que os que trabalham na UBER fossem considerados o que são - trabalhadores.

Muitos ainda estão numa situação em que criam uma actividade em nome pessoal, suportando todos os deveres e encargos que deveriam estar a cargo da entidade patronal.

Gostaria de saber que trabalhador gostaria de ver o seu salário reduzido porque a entidade patronal tem que, por exemplo, arranjar o telhado da empresa. Pois é isto que acontece com aqueles que trabalham neste tipo de plataforma: enquanto trabalhadores, são responsáveis pelo custo de manutenção da sua actividade (no caso, o carro).

Além da Uber, existe outra companhia destas a operar.

Quanto aos táxis, compreendam: há bons e maus taxistas (há péssimos exemplos dos mesmos). Mas não imaginam os impostos, regras, deveres e requisitos para ser taxista. Não tem comparação com qualquer plataforma.

Mas, como sempre, as novas gerações (e maioria do populus) têm toda a tecnologia disponível, só não sabem pensar. Apenas tiram conclusões com aquilo que os olhos vêem, não partem do pressuposto de que a realidade material e concreta é mais complexa e vasta do que os nossos olhos vêem. Digo isto porque apenas vêem a simpatia, a qualidade do serviço e mesmo até o seu custo, esquecendo-se de toda a malha de relações que existem por detrás das mesmas e que apenas promovem precariedade máxima, além da má distribuição da verba gerada pela actividade, entre trabalhadores, Estado e empresa.

Quando estamos a promover com as nossas decisões de consumo a precariedade, estamos a promovê-la e a fazer com que a mesma nos bata à porta um dia, estilo boomerang.

O que quer a Uber, e outras? A maximização do lucro, a menor carga fiscal e o suportar o menos possível os deveres para com os trabalhadores. Querem estar na Madeira? Então respeitem as mesmas regras e sujeitem-se a elas, quer a respeitar trabalhadores, quer a respeitar deveres da actividade, entra as quais o pagamento de impostos.

Não é uma questão de estar a defender taxistas ou este Governo Regional (longe de mim!!!).

é uma questão de Justiça.

Querem operar? Respeitem as regras. Isto não pode ser o farwest, seja para estas plataformas, seja para os DDT's (Sousas, AFAs, BravaValleys, Pestanas, etc.)

Uma palavra de apreço ao CM. Nunca parem!

Um bem-haja a todos os que possibilitam este projecto!

Enviado por Denúncia Anónima
Sábado, 3 de Abril de 2021 12:19
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