Governo desiste da nova marca Madeira

 

E stavam os jornalistas idóneos do Correio da Madeira na internet a consultar os saldos das suas contas bancárias, na esperança que alguma alminha caridosa se lembrasse de depositar 4900 euros, quando o telefone tocou. Era a assessora Sissi a dar conta que o Governo Regional tinha desistido da nova imagem de marca madeira por esta não ter tido o impacto esperado nas redes sociais e que iria lançar um novo Ajuste Direto, agora a sério!

A Sissi, cada vez mais com tiques de queque, informou que o Conselho de Governo tinha decidido lançar um novo Ajuste Direto  à “TASCA - Bananas & Design, SA”  no valor de um milhão de euros, duzentos e quarenta e dois e sessenta cêntimos, que vai ser pago em bananas, a uma Sociedade Anónima sediada no offshore das Bahamas. 

Enquanto a Sissi ladrava ao telefone, os jornalistas idóneos foram ao Google e descobriram que o maior acionista “TASCA - Bananas & Design, SA” é uma empresa inglesa, que por sua vez é detida por uma sociedade registada no Dubai, que é detida por uma outra sociedade, que tem como acionista um ilustre madeirense, que é amigo de outro madeirense e que apenas por mero acaso é familiar por afinidade de um membro do Governo Regional.

A Sissi, que ainda não apanhou a antirrábica, informou que a “TASCA” há mais de vinte anos que estuda a marca Madeira e que precisamente nesse momento e mesmo antes da Adjudicação Direta já estava a apresentar a estratégia de Marketing da marca Madeira a todo o Conselho de Governo.

O resultado apanhou de surpresa todo o Governo, pois os criativos da “TASCA” proponham a marca Madeira em caracteres “braille” com o objetivo estratégico de conquistar o mercado alvo dos inúmeros turistas invisuais do mundo.

O Secretário Regional do Turismo babou-se pois a ideia era fantástica e a Madeira, uma vez mais, seria pioneira no mundo. Até à data nenhuma região turística no mundo tinha tido a ideia que dirigir toda a sua estratégia para um nicho de mercado nunca antes explorado. O dos cegos!

Na apresentação, o CEO executivo da “Tasca”, começou por afirmar que o turista cego é o turista ideal para a Madeira pois nem vai conseguir distinguir a Laurissilva do Betão, o que mereceu logo o aplauso efusivo do Vice-Presidente e da Secretária do Ambiente. O Secretário da Agricultura, conhecido pela sua inteligência frugal, colocou logo uma dúvida muito pertinente porque os cegos são pessoas com um olfato muito apurado e o cimento, sem ser o dos esgotos, não tem cheiro.

Um dos criativos da “TASCA” respondeu a sorrir que nada ficou ao acaso na campanha, a empresa informou que vai colocar dispensadores espalhados pelas obras com cheiro a alfazema, zimbro e louro o que os vai levar a pensar que estão no meio da Laurissilva.

O Governo aplaudiu em uníssono e foi no meio dos abraços e beijos, que o Vice lembrou que era necessário fazer um esforço de investimento em mais uns viadutos e túneis para que os cegos pudessem chegar em segurança ao coração da Laurissilva.

Nisto entrou na sala o Chefe de Redação do CM eufórico que tinham aparecido na sua conta bancaria 10 mil euros com uma mensagem “fechem o Correio da Madeira e depois devolvam o dinheiro”.