CDS-M, outra história mal contada.

 

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C ontinuamos a assistir ao lento queimar da imagem pública da Madeira por sucessivos episódios, da mais diversa índole, para os quais se encontram sempre justificações, diria estúpidas. Ainda não refeitos do plágio, qualidade e preço da nova campanha promocional com a imagem de marca da Madeira, sintoma que será mau investimento, chega-nos o episódio do CDS-M ontem narrado pela SIC, a par e contido, nos 5 episódios de como se financia a extrema direita em Portugal.

Claro que tem justificação, igual a da imagem de marca, bate ao lado. O CDS Madeira para ter militantes paga-os? Em que âmbito um partido político arranja empréstimos para militantes? Os cargos nos seus órgãos internos são remunerados?

A política no CDS-M é uma via profissionalizante, um instituto de emprego com subsídio que zela pelos interesses pessoais até arranjar um tachinho para o militante e que transfira essa realidade para o erário público. Bate certo com a alegria da noite eleitoral das Regionais e a posterior sofreguidão por tachos, coisa caricatamente visada em excerto do discurso de coligação na mesma peça. Estimo que, por estas horas, os militantes do PSD Madeira se sintam novamente os enteados da política porque os militantes do CDS-M estão sempre na linha da frente. Nunca ao militante do PSD Madeira lhe passaria pela cabeça que dentro do maior partido da região nada seja remunerado nos seus vários órgãos internos. Claro que há casos da função pública a pagar para estarem no partido e mais umas majorações que, ao longo de anos, foram pagos sem recibo verde mas também e ainda, a situação de alguns não porem os pés no emprego e estarem a subir na carreira, em prioridade em relação aos que efectivamente seguram os serviços na administração pública. Falamos de um up-grade "à CDS Madeira", os militantes terem conta corrente e empréstimos do partido.

Afinal o CDS-M é ainda mais pequeno e, que me desculpem os jornalistas da trotinete das rábulas do CM, mas o CDS é verdadeiramente o partido do carro de linhas? Com duas secretarias e a Presidência da Assembleia? Que coisa tão minúscula tão bem paga, a percentagem chegou e chegará agora para as Autárquicas? Que grandes negócios anda Miguel Albuquerque a fazer, destrói a militância do seu partido para ir buscar mercantilistas da política.

A explicação dada pelo Rui Barreto é uma "não-explicação", as dívidas do CDS-M e sua aflição financeira decorrem não de acções de campanha eleitoral ou custos fixos do funcionamento mas sim, e mais uma vez, da política partidária profissionalizante a trabalhar para a solução de vida dos militantes, não a vocação de serviço público em benefício da população da Madeira.

A política evoluiu para pior, muito pior. Os partidos deixaram de ser em função da democracia, onde pessoas qualificadas e com seus empregos são chamadas pelo partido a desempenhar funções públicas por mandato, nos diversos órgãos da administração pública quando ganham eleições. Passaram a ser locais de venda de favores e onde sustentam militantes que aguardam por um tachinho, no tal processo profissionalizante e interesseiro.

Se queres dinheiro, o slogan mudou, não vás ao "Totta", vai às donas brancas do CDS Madeira. Com um empresário do Telexfree investido de poderes como secretário, passados a Cristina Pedra, não podia dar outra coisa. E continuamos à espera da tal Lista de Apoios, para quem foi? Também paga favores?!

Na Madeira ninguém se demite por nada, em dois dias deveríamos ter dois secretários a colocar o seu lugar à disposição ou a serem demitidos. Estes e todo o acumulado, um dia dá uma grande rusga ou, quando acabar o poder, uma grande girândola final que deixará os madeirenses, cúmplices, boquiabertos.


Enviado por Denúncia Anónima
Quinta-feira, 15 de Abril de 2021
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