E nquanto a região aquece para as Autárquicas, o poder mais próximo do povo e onde este mostra ser farinha do mesmo saco dos políticos regionais, algo de muito errado se passa na Europa. E ninguém se preocupa. Temos nada mais e nada menos do que a imagem que nós construímos e deixamos construir.
O impressionante é que o povo superior da Madeira com empresas do regime e tachistas bem alimentados, aos milhares por mês, diverte-se à política para aguentar a árvore das patacas. Enquanto isso, o tecido empresarial morre a par de palavras de resiliência sem (verdadeiros) apoios. Em tempos únicos e muito diferentes, quem manda na economia adora praticar os exageros dos tempos comuns, aproveitam o momento para enriquecerem mais com a crise. As famílias estão sempre com o credo na boca a ver quando chega a sua vez de mingar os rendimentos ou, definitivamente, por prolongamento da crise, se ver sem eles.
O Governo Regional não tem plano de salvação da Madeira porque apoia-se só no dinheiro fácil da mão estendida, venha ele porque tem curso superior de todo tipo de esquemas para sumir do saco que deveria ser de todos. Nunca se construiu um poder responsável e ele sim fonte de resiliência dos cidadãos. Foi sempre chapa ganha, chapa gasta, muitas facturas escondem margem e luvas que fazem as delícias de poder e empresários do regime.
Os povos do centro e norte da Europa têm um sentido mais apurado de honra e regras que evitam a corrupção em larga escala do sul. Estamos metidos numa ilha que descreve tudo, cada vez mais obcecada e às claras. Eles têm razão por mais que nos custe engolir mas podemos mudar quando quisermos, se não mudamos somos cúmplices.
O Tribunal Constitucional da Alemanha não permitiu ratificação pelo parlamento do país a chamada "Bazuca Europeia" e, enquanto a Madeira definha, ameaça atrasar o financiamento do Fundo de Recuperação de 750 mil milhões de euros, consequentemente, também os planos nacionais de recuperação e resiliência de cada país com a Região no fim de linha. Todos têm esperança que a ratificação seja feita a tempo mas são palavras de circunstância, esperança, na prática têm um grande empecilho porque a Alemanha é motor da Europa a par de outros que foram mais explícitos nas suas dúvidas. Há um país da Europa que é contra a Bazuca mas esteve calado porque tiveram a Presidência da União Europeia ... a Alemanha.
A ordem do Tribunal Constitucional alemão é consequência da queixa apresentada pelo movimento de cidadãos (Bündnis Bürgerwille) que, imaginem, é liderado pelo antigo líder do partido de extrema-direita num "rebranding" da AFD. Querem travar a ratificação do Fundo de Recuperação. São uns do partido "Basta" iguais aos truculentos mafiosos que temos por cá e que o Correio da Madeira baniu. Imaginem que cada um deles, em cada país, tem esta solidariedade, vão em conversas populistas que se vão danar e se meter numa ditadura. Ninguém quer falar disto, pois não. O que se segue? Os juízes vão olhar para as alegações da queixa e enquanto isso acontece, o processo fica suspenso na Alemanha, país que tem de ratificar. Se tiver o ritmo da Justiça Portuguesa vai morrer tudo por cá. E isto não é brincadeira, O Tribunal Constitucional alemão proibiu o presidente alemão de assinar a lei que ratifica o Fundo de Recuperação até que os juízes se pronunciem. Sem a ratificação, mesmo que a Comissão aprove os planos nacionais de Recuperação e Resiliência não haverá dinheiro para financiar pois o processo fica incompleto. O Tribunal Constitucional alemão não deu data ou prazo para emitir parecer sobre as queixas que recebeu.
Nós não fazemos o trabalho de casa e lá chega o dia do chamado "azar". Tudo isto num país que teima em ter governantes ladrões sem a implementação da estratégia anti corrupção e fraude que, num futuro próximo, se houver Bazuca, vai dar azo a casos nos jornais de como se subsidiam empresas que desaparecem com milhões, com falsos projectos, ou de governantes que enriquecem com o seu ordenado multiplicado por 14 vezes em cada ano.
Resiliência, é só conversa mole para empresas e famílias. O Governo Regional não é resiliente, gasta tudo e depois apoia-se em bancos que não aprovam apoios. Nunca, em todos estes anos se constituiu um fundo, que até se poderia chamar de Resiliência e Catástrofes. Chapa ganha, chapa nas contas bancárias do poder e amigos.
Isto é Governar bem? Isto é "obra"!
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