A cultura da cunha


R einava o estudo, a formação, a capacidade e competitividade, existia o mérito. Surgiu a medo a primeira cunha. Ninguém notou, foi fácil, aprendeu-se a abusar do poder. Vem outra, olhou-se para um lado e outro, pensou-se "ainda sou apanhado" mas tentou-se, correu bem.

Surgiu mais uma cunha, esta fundamentada nas outras duas e com narrativa, sem mais remédio avançou por aprovação lógica. Quem entra na cunha arranja rabos de palha, elas foram-se multiplicando, nenhuma por mérito mas por amiguismo, partidarite, por compra outras realidades, até se casa para a cunha.

A multiplicação foi exponencial, por todas e mais algumas justificações, tornou-se viral. O mérito foi posto de lado porque não tem interesse para ninguém, tanta é divulgação da cunha. Até nem se pode ser leal porque mesmo com cotação integral e ser perfeito, a cunha encontra forma de validar o mentecapto.

A cunha tornou-se bitola, refinou até em famílias, é vê-las dotadas em áreas específicas, tipo monarquia e ninguém acha estranho. A cultura está entranhada, as coincidências não são suspeitas, são coincidências.

Assim arranca a Liga dos Campeões da cunha, a Champions onde as mais fortes ganham. Se Deus fosse palpável já teria sido abordado. Dizem que o Presidente do Governo desespera com o precedente e diz que o Estádio dos Barreiros não comportava a quantidade de cunhas. Achei piada porque os Barreiros eram para 25.000, o campo surrupiado do Marítimo muito abaixo.

Ninguém reclama por medo, a Justiça não actua por não recebe queixas. Se queixar é como ser preso por ter cão e por não ter, se agora és leal e perdes, depois se aderires haverá alguém a dizer ... "olhó puro" ... espero que com proveito, empregado. Entretanto chega a crise e todos os que ocupam lugares para resolver escondem-se sem ideias, ficam sempre e só os líderes já habituados à cultura da exclusividade da decisão, mais habituados em manter o poder do que governar. A cunha volta a ser rainha para comprar alguém

A competência emigrou, encontrar candidatos leva meses e sempre na incerteza. O lixo que orbita a política é tal que já não se consegue lançar um foguetão com sucesso, explode pelo caminho. Será que não nos resta mais remédio do que ir a sorteio das cunhas para avaliar os mais capazes? Que barraca.

Já se fartaram de cunhas? Cuidado com a depressão por não saber a verdadeira qualidade de quem pilota aviões, quem faz a cirurgia, agora reza-se para calhar um bom profissional porque a cultura da cunha suspeita de tudo. É perfeitamente natural a formação para exportação, as piores notas ficam na ilha. Tanto orgulho tem a nossa comunicação social em mostrar que somos os melhores com os vencedores lá de fora. Até o mérito se rouba, ou assim, ou com os pés em cima de alguém que não tem cunhas, deve ter 20 ou 30 anos de casa.

Vá lá que a cunha é uma cultura biológica! Tudo putrefacção natural, nada de aditivos.

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Quarta-feira, 7 de Abril de 2021 12:12
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