D istante, mas atento, tenho visto com alguma preocupação o rumo que a minha terra tem vindo a seguir nos últimos anos, eu tenho a sensação que a Câmara Municipal está de funções restritas, sem poder, completamente ao serviço de grupos e esquemas, e sobretudo só obedece as ordens emanadas pelo Funchal, isto custa-me ver e saber, os nossos antepassados que fizeram da Ilha um Porto Santo Maior, devem de estar com a lágrima ao canto do olho.
Vou mencionar somente algum investimento de grandes proporções cujo benefício para a Ilha e para os habitantes é praticamente nula;
Unidades hoteleiras que estão abertas somente os meses de verão, importam a grande maioria da mão de obra (suportada por um alegado esquema de formação profissional paga pelo governo regional) grande parte vinda de África e do Brasil, e utilizam o “all included”, isto nós não queremos.
Temos um campo de Golfe que consome metade da água da ilha, está as moscas, viabilizar este empreendimento passaria por colocar o nosso campo na lista dos torneios internacionais, mas a vontade, ou é pouca ou algum outro constrangimento existe que não nos é dado a conhecer.
Centro hípico, este investimento está ao abandono, caiu, não tem qualquer promoção não consta de qualquer brochura, nem nunca foi falado nas revistas e publicações da especialidade, sobra meia dúzia de cavalos muitas vezes á fome e a sede que a muito custo e teimosia ainda são mantidos pelo Sr Paulo.
Marina, abandonada, partida, sem condições para receber embarcações, segundo um artigo que li cerca de 12 a 14 mil barcos de recreio passam ao lado da nossa ilha não param são mandados seguir para Canárias, porque não existe lugares ou condições para os receber, só a recuperação desta marina para o projeto inicial seria uma importante fonte de receitas sobretudo no inverno.
Parque industrial, a exceção de 4 ou 5 empresas este parque está ao abandono, não existe vontade de o reativar ou de o converter, porque não a instalação de um LIDL? ou teremos de ficar sujeitos aos produtos sem concorrência do Pingo Doce?
A infraestrutura criada a norte da Camacha, para os resíduos, serve neste momento para quê, serve para armazém somente para isso! E a lota? E o Penedo do Sono? As represas vazias sem manutenção? A nossa agricultura que já produziu os melhores e mais saborosos produtos da terra, dignos de prateleiras de lojas “gourmet” !
Muito mais teria a dizer, mas não quero ser maçador, mas este caminho que estamos a seguir não é o que nós queremos, será que ainda vamos a tempo de tomar nas nossas mãos as decisões para a nossa amada terra? Ou vamos perder esse nosso direito para sempre?
António Melim
