Onde é que você estava no 20 de fevereiro de 2010?


F icou célebre a pergunta do famoso jornalista idóneo Baptista Bastos que, em 1996, tinha um programa da SIC intitulado “Conversas Secretas”, onde perguntava aos seus convidados onde é que eles estavam no 25 de Abril de 1974.

Pedro Calado, nascido em Lisboa em 1971 - o que segundo Alberto João Jardim faz dele um “cubano” de bom coração - tinha apenas três anos a 25 de abril de 1974 e, provavelmente, ainda mordia na chucha pelo que os jornalistas idóneos do CM optaram por não lhe fazer a célebre pergunta no novo programa televisivo do CM “Conversas Perversas”.

Para os que ainda não sabem, “Conversas Perversas” é o novo programa do CM na Marítimo TV que vai competir diretamente com a Madeira Viva da desatenta Xana Abreu.

Ávidos por entrevistar o famoso copiloto da AFA, os jornalistas do CM montaram na trotineta elétrica e foram atrás dos 300 cavalos da abelhinha de Alexandre Camacho. Se bem que a trotineta não tinha velocidade para acompanhar o potentíssimo carro, esperaram pela descida da Encumeada para conseguir fazer a entrevista, porque a descer todos os santos ajudam.

A 230 Km/h, o pendura do estagiário do CM, correndo perigo de vida, pendurou-se e meteu o microfone na janela do carro de rali perguntando a Pedro Calado onde é que ele estava no 20 de fevereiro de 2010.

Pedro Calado visivelmente irritado com a pergunta mas, sem tirar os olhos das notas, respondeu que estava na Câmara a contratar SWAPs para betonar as adufas do Funchal e concluiu que, como na Calheta tinha chovido mais que no 20 de fevereiro, o betão das adufas eram a solução hidráulica perfeita porque assim as tampas não saltavam com a chuva. 

Completamente satisfeitos com a explicação científica e como Pedro Calado não gosta de ser contrariado, os jornalistas perguntaram se ele sabia quando é que iria ocorrer mais uma aluvião na Madeira ao que ele respondeu, com aquele ar muito inteligente que se lhe reconhece, que seria no dia 4 de abril de 2023 pelas 2H42 da madrugada mas, que não ia acontecer nada porque felizmente nesse ano todas as ribeiras da Madeira estariam canalizadas. 

E sem ninguém esperar, na curva seguinte e já a 240Km/h, pediu ao Alexandre Rebelo que cortasse a curva à direita a fundo! Com o toque fortuito na tração traseira da trotineta, os dez jornalistas maçons do CM, que são uns aselhas a conduzir, perderam o equilíbrio e foram bater à Taberna da Poncha todos partidos.

A boa noticia é que, por causa da pandemia da COVID, só daqui a quatro meses é que jornalistas vão ser atendidos na Urgência do Hospital. A má notícia é que agora o barbudo do Chefe de Redação vai ter escrever sozinho o Boletim Meteorológico no pasquim mais famoso do universo e arredores.