A ntes de chegar ao meu destino, faço uma paragem um pouco acima do Lombo do Mouro - Encumeada - (fotos 1 e 2). Se a estrada não está segura fecha-se, nem digam ao senhor Avelino que não tem solução ele dá-vos um berro! Redes em aço perpendiculares à encosta, cimento cola ... Naquela zona existe um PR (pequena rota) que dá acesso ao Caramujo, Sr. Garcês! Sendo este troço icónico para madeirenses e turistas, a casa do Lombo do Mouro está ao abandono juntamente com a outra da Bica da Cana, nada disto interessa? Há aqui onde gastar dinheiro que não alcatroar um caminho ... e já agora havendo um incêndio na zona, os bombeiros também vão por “sua conta e risco”?
Continuando (fotos 3 e 4), chego ao Paul da Serra, a estrada está em péssimas condições, não está no contrato com a EEM repor as condições da estrada e a reflorestação da zona aquando da conclusão da barragem? Para viabilizar a obra há sempre muito engodo ...
Chegando ao Fanal (fotos 5, 6 e 7) está intacto? Como muitos falam ... onde está a floresta prestina e de tis? Existe mas cada vez mais reduzida, será por causa do impacto humano e dos carros? Do gado? Sou a favor do gado na serra mas, de uma forma ordenada e bem gerida. E os projectos que são sempre muito bonitos no papel mas na prática ...
Não podemos comparar a altura que fizeram a estrada do Fanal (anos 90) com a Madeira de agora, só os fogos de 2010 queimaram quase tudo desde o Chão da Lagoa até ao Pico Areeiro, Pico Ruivo, Encumeada e Boca da Corrida, reduziram e bem a nossa Floresta Endémica.
A estratégia de propagação de sementes por via aérea, a 20 Janeiro de 2011, de acordo com o Secretário Regional do Ambiente e dos Recursos Naturais da altura, Manuel António Correia: "prevê-se que a cobertura arbórea se torne ainda melhor do que antes dos incêndios de Agosto". Quem olha para as nossas serras até parece verdade com todo o verde, sim verde de Giesta e Carqueja, Eucaliptos e Acácias, aquelas que facilmente propagam o fogo, não retêm o solo em caso de aluviões e não criam biodiversidade.
Das poucas coisas úteis que a senhora Prada fez, foi participar num estudo da precipitação oculta em dois tipos de vegetação da ilha da Madeira e adivinhem a zona onde foi feito? Ding ding ding …
(...) a Floresta Laurissilva, com a suas Ericas (urzes), produz valores três vezes e meia superiores à precipitação média anual.
E o significado de “drenagens”, operação que consiste em facilitar por meio de drenos ou fossas, o escoamento das águas nos terrenos demasiado húmidos? A Laurissilva faz esse trabalho de borla!
“Aquilo é um Ribeiro que vem por ali abaixo” diz o presidente Miguel Albuquerque, não existe uma única casa na zona das Ginjas que fosse inundada por esse “ribeiro”, então a solução mais barata é fechar a estrada e plantar árvores (corretamente!) problema resolvido!
E amanha o que será? Com três reservatórios afinal é para regar a Laurissilva?
Resumindo: o que já está feito não se arranja, plantações falhadas para evitar aluviões, secas e incêndios, serve para gastar dinheiro fazendo de novo e mal!
