O empregado


M iguel Albuquerque disse na Assembleia Regional, para quem quisesse ouvir, que não era empregado de ninguém mas nestes anos de “Albuquequismo” aprendemos que uma coisa é falar outra é fazer. Também disse que ia exigir aos deputados do PSD a exclusividade na função para os quais foram eleitos. E não parou por ai! E quando questionado pelos jornalistas sobre Alberto João Jardim, Miguel adiantou que este era agora um militante de base do PSD, como qualquer outro.

O curioso é que também sou um militante do PSD, como qualquer outro, mas nunca tive o privilégio de ter a visita do ilustre deputado Filipe Ramos para tomar chá, comer um brioche ou me perguntar o que quer que seja. Desconhece-se o motivo da visita do Sr. Deputado a Alberto João mas, se foi em negócios, não pode porque está em regime de exclusividade, se foi para pedir a bênção ou delinear alguma estratégia conjunta, então temos o caldo entornado. Se existe uma amizade promiscua entre os dois militantes do PSD ninguém tem nada com isso, mas que é estranho é.

O direito à suspeição está redigido na Constituição Portuguesa e todos os contornos nebulosos desta história apontam que, depois de João Jardim ter colocado o seu Cavalo de Troia no Governo de Miguel Albuquerque, as coisas começaram a correr mal para ele. E o pior é que ele continua a julgar-se intocável, omnipotente e com mandato para fazer o que lhe apetece, ainda não se apercebeu que está a ser traído pelos que lhe são próximos.

Miguel corre o risco de provar do seu próprio veneno, o mesmo que usou para afastar outros proeminentes militantes com a justificação de que os derrotados não contam para o seu PSD renovado. O resultado disso, é que o PSD agora tem um défice de quadros políticos, seres sem influência nenhuma no eleitorado e corre o risco de colapso. Para ser político não basta ter nome ou ser filhinho do papá, tem de aglutinar votos para chegar ao poder e cumprir exatamente o que propôs ao eleitorado que o elegeu. O PSD começa finalmente a olhar à volta e não encontra políticos para ganhar eleições mas, sim militantes ambiciosos à procura apenas de um tacho.

Miguel Albuquerque ainda não se apercebeu mas é agora um empregado de João Jardim e que este nunca lhe perdoou a maior derrota da sua vida e prepara-se agora para dar o golpe final. 

Quanto a Filipe Ramos, é bom que aprenda que à mulher de César não basta ser honesta, deve parecer honesta.

Enviado por Denúncia Anónima
Domingo, 14 de Março de 2021 12:19
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