João Gomes, outra obra para a "segurança do povo"?


C ada caso é um caso e nem toda a obra merece crítica, penso que é nesta ponderação que nos devemos situar. A Estrada das Ginjas claramente não, outras veremos, agora inventar obras para sustentar uma empresa de construção do regime, com metade do orçamento orçamento regional consignado à mesma, não! Há outras prioridades: a pobreza galopante.

Quem me lê já reparou, ou melhor somou, os valores das obras que vão sendo anunciadas? Muito mais do que o apoio propagandeado às empresas na pandemia. Curiosa opção por ajustes directos. O que significa isto? Já sabem o valor da Bazuca e estão a distribuir pela "calada" nas obras, para depois fazer um foguetório com as ninharias directamente dirigidas ao povo e às empresas? O dinheiro para as empresas são para quais empresas? As que já têm um pipeline ligado ao orçamento regional? O senhor secretário dos anúncios de apoios, meteu a viola no saco assim que começou uma onda de contestação por parte dos empresários que não vêem apoios. Bom seria definir o que é "apoios" para ficarmos esclarecidos, fundo perdido ou empréstimos com aval pessoal? Ainda aguardamos para saber o dinheiro público para quem foi!

Hoje o JM traz mais uma obra milionária para a Ribeira de João Gomes, 23 milhões para 10 a 15 anos. A minha leitura é que se passaram 10 anos para arranjarem os muros no Campo da Barca, não se notou urgência nesta ribeira mas, agora consignam 23 milhões para duas décadas. Parece uma renda mensal certa de sobrevivência de uma empresa, um bónus de partida e não uma verdadeira necessidade. A ribeira de João Gomes transbordou no 20 de fevereiro fruto do entulho que veio na corrente, as paredes mantiveram-se imaculadas, por isso construí-se os açudes a montante, elogiados na altura da inauguração como a solução. Situa-se a norte a "obra brutal".

Por acaso 10 a 15 anos são, à luz da nova legislação regional onde não se rouba pedras, justificação para mais um estaleiro para sacar pedra para a obra, esta e outras? Veremos. Estamos a passar de Pérola do Atlântico para a ilha do "Betão Armado". No caso da ribeira de João Gomes, os antecedentes não são bom augúrio. Não promoveram qualquer coberto vegetal para segurar as terras limítrofes à ribeira, preferiram, embevecidos, por uma "brutal" obra enfiar betão à descarada. Por ter sido mal concebida, ou melhor, concebida para gastar à fartazana, tomou proporções exageradas mas com pouca eficiência.

Aqui há gato!

Nota: sou leitor do Correio da Madeira e fã do vosso humor. Memorizo os bons textos e quero que nesta minha abordagem insiram estes links:

- Le Saint Gothard de l'Atlantique (o túnel falso foi mal concebido)

- Transvase dos ricos para os pobres (há pormenores que o povo não sabe)

- O túnel é falso, inovador só em mais uma factura (antecedentes)

Não se entende esta gestão danosa, quando não há dinheiro para o hospital novo (e ele lá acabou nos mesmos de sempre) mas se consigna obras futuras, com os antecedentes das Lei de Meios mas com a Europa a dizer que a Bazuca não é para obras. A minha leitura e opinião é de que o "banquetes" volta ao lugar onde foi feliz para facturar, suportado pelo orçamento regional num local desnecessário! Por quantos anos mais esta terra só pensará em betão? Há mais vida e necessidades para além dele. Haverá sempre mais um para enriquecer e o povo aguarda, definhando na pobreza numa demografia ruinosa?


Enviado por Denúncia Anónima
Quarta-feira, 17 de Março de 2021 06:41
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