V erter é um verbo transitivo que no dicionário português significa deixar sair o líquido, derramar, entornar, jorrar, vazar, transbordar, desaguar ou difundir, mas seja qual for o significado que se pretende, tem sempre a ver com o estado líquido.
Mas se o termo “intenções vertidas” possa ser um infeliz equívoco, o texto é por si um emaranhado de palavras com o objetivo puro de encher chouriços. Já nos tínhamos apercebido que o Governo Regional apenas verte intenções sem nunca concretiza-las, mas nunca ninguém tinha tido a coragem de o dizer publicamente.
Cada vez mais escreve-se pior e muitas vezes para o texto ficar bonito inventa-se sinónimos para dar um ar inteligente. O problema é que os textos, por mais bonitos e cheios de rococós que sejam, têm de ser inteligíveis, ou seja, além de terem um início, um meio e um fim, devem ter um objetivo e seguir uma linha orientadora da mensagem que se quer transmitir.
No meu tempo entrava-se na Universidade apenas depois de passar a 4ª Classe, onde à custa de reguadas aprendíamos a copiar e a escrever ditados sem erros. Hoje temos uma geração de incontinentes verbais que nem escrever sabe e que só são poder à custa do cartão partidário.
Muito mau para um Secretário Regional de Educação que deve dar o exemplo de uma escrita fluente e incisiva.
Vou ali verter águas e volto já!
