A cada dia que passa a política na Madeira toma contornos de pura burrice. Já não bastava as espertezas saloias de Miguel Iglésias e de Paulo Cafôfo, no que se refere às suspeitas de financiamento do Partido Socialista com dinheiros públicos, para agora o infeliz do Miguel Gouveia adjudicar a candidatura do Funchal a Capital Europeia da Cultura à APCA que tem em Maurício Marques um digníssimo socialista como representante legal.
Se bem que o Ajuste Direto tenha seguido os trâmites legais, o direito à suspeição fica na retina do povo e da oposição que vai usar isso como arma até à exaustão, por isso fazê-lo em ano de eleições é puro suicídio político. Que moral tem agora Miguel Gouveia para usar, por exemplo, a suspeita e os exemplos dos Ajustes Diretos de Obras do Governo à mesma empresa de sempre?
Acredito que Miguel Gouveia até é uma pessoa honesta, bem formada e inteligente, mas em política é ainda muito inexperiente! Tudo indica que o Eng.º Miguel Gouveia sofre do mesmo síndroma de Cafôfo, ou seja, rodeou-se de chico espertos que julgam que todos os outros que por aí andam são idiotas.
E começam as suspeitas de que alguém dentro da Câmara Municipal do Funchal quer usar a inexperiência política de Miguel Gouveia para colocar em causa a sua honestidade, prejudicando a sua candidatura, em troca talvez de um prometido tacho do maior partido da oposição. Quantos já o fizeram no passado e estão agora na Segurança Social.
E como uma suspeita nunca vem só e agora que a Coligação Confiança tem o apoio de seis partidos, convinha explicar muito bem que cedências ou regalias foram prometidas a partidos que nem meia dúzia de simpatizantes tem, pois a quantidade não é sinónimo de qualidade. Miguel Gouveia esquece-se que uma história mal contada dá sempre azo a muitas histórias díspares da primeira.
Agora que as sondagens indicavam o tombo de Pedro Calado e a ascendência de Miguel Gouveia, estas notícias são um sério revés nas aspirações de Miguel Gouveia e, nunca é demais lembrar, que o eleitor do Funchal está farto de jogadas políticas pouco claras e vai penalizar os candidatos.
Se Miguel Gouveia quiser ganhar a Pedro Calado vai ter de optar pela transparência dos seus atos, redimindo-se dos pecados dos políticos. O Funchal quer alguém distante das máquinas partidárias, que prove acima de tudo estar imune à corrupção e ao compadrio.
Queremos acreditar que a maioria dos investimentos da Câmara Municipal foram transparentes e legais mas, basta uma laranja podre para deitar tudo a perder. E por falar em laranjas podres, fica ainda por explicar a adjudicação de 250 mil euros de laranjas. Foi o melhor preço? A laranja mais doce?
Com tudo isto, a minha inclinação de voto continua ainda a ser Miguel Gouveia, porque simplesmente Pedro Calado, por tudo o que representa, não me inspira CONFIANÇA.
A confiança não se compra, conquista-se!
